Por Mariana Mendes, Jornalista –SP
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Comitê Paralímpico Brasileiro nunca levou tantas mulheres para um evento externo

Os Jogos Paralímpicos de Tóquio se iniciaram na madrugada desta quarta-feira (24). Já garantindo 4 medalhas na natação, a delegação paralímpica brasileira busca quebrar o recorde de medalhas conquistadas na Rio 2016, evento em que os atletas somaram 72 medalhas. Porém, um feito histórico já está garantido para o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

Com um total de 96 mulheres representando o país, o Brasil tem a maior porcentagem de representação feminina (40%) da história da competição. Apesar do número ser menor que os Jogos do Rio – que contou com número maior de atletas devido ao fato do país-sede permitir mais competidores -, o CPB nunca reuniu tantas mulheres em jogos no exterior.

Este crescimento das mulheres no esporte paralímpico faz parte do projeto do CPB, que tem como um dos pilares estratégicos dos anos 2017-2024 ocupar todas as vagas femininas em uma disputa de Paralimpíadas. Para Tóquio, o Brasil não conseguiu cravar essas vagas, pois o basquete feminino não se classificou.

Evolução da representação

            Desde os Jogos Paralímpicos de Atenas 2004, a participação de atletas vem em um crescimento exponencial, com aumento de 400% das brasileiras na disputa. Contando também o início da participação feminina, em 1976 com 2 mulheres (6% da delegação), muito se dá pelo investimento do Comitê Paralímpico Brasileiro.

Anos antes do CPB entrar em vigor, nos Jogos de Moscou, o Brasil não teve nenhuma atleta paralímpica no evento. Em compensação, após a instituição entrar em vigor em 1995, o país saltou de 23 mulheres em Atenas para 55 em Londres. “Tem sido nossa prioridade e a gente tem trabalhado muito para que a delegação, que hoje é de 60% homem e 40% mulher, amanhã seja metade-metade”, comentou Mizael Conrado, presidente do CPB.

Das pioneiras representantes em Paralimpíadas, Beatriz Siqueira (natação e lawn bowls, modalidade semelhante à bocha e praticada na grama), e Maria Alvares (tênis de mesa e atletismo), à conquista atual, as mulheres também subiram no pódio diversas vezes. Também foi na Rio 2016 que o Brasil teve recorde de medalhas femininas, com 30 conquistas.

De acordo com o Comitê Paralímpico, a velocista Ádria Santos é a maior medalhista do país. Foram quatro ouros, oito pratas e um bronze, 13 medalhas nos Jogos de Seul 1988 até Pequim-2008.

Atletas para ficar de olho

Edênia Garcia, tetracampeã mundial da natação paralímpica, participará de sua quinta Paralimpíada. A nadadora já possui três medalhas, prata nos 50m costas em Atenas 2004 e Londres 2012, e bronze nos 50m livre, em Pequim 2008. Com grande experiência, Edênia estreia em Tóquio no dia 28 de agosto nos 50m costas classe S3 e também disputa os 100m livre S3 no dia seguinte.

A judoca Alana Maldonado foi medalhista de prata em 2016 na categoria até 70kg e campeã mundial em 2018. A atleta quer deixar seu nome na história do esporte paralímpico. “Lutarei firmemente em busca de mais um ouro”, escreveu Alana em suas redes sociais após receber os uniformes da competição.

Buscando o bicampeonato olímpico, a atleta de bocha, Evani Soares, é também um dos destaques da delegação brasileira. Durante a aclimatação em Tóquio, Evani postou em seu Instagram: “Gente, e essa emoção de entrar nessa arena que fez história na ginástica brasileira com Rebeca Andrade. Agora, a Arena Ariake Gymnastcs Centre será o palco da Bocha paralímpica, é muito emocionante entrar lá… foi mágico, quanta energia boa que eu senti ali.”

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Foto: Reprodução/Instagram/@evanicaladobc3