A data não é o dia do nascimento de Jesus de Nazaré, como conta a tradição.
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Por Regina Fiore, São Paulo

Tradição em grande parte das famílias, a celebração do Natal pelos cristãos ocorre desde o século III, logo depois de o cristianismo ter se tornado a religião oficial do Império Romano. Após anos de perseguição por adorarem um Deus único e não admitirem o Imperador Romano como representante divino na terra.

Dia escolhido a dedo Séculos antes, o dia 25 de dezembro já era usado pelos povos pagãos para comemorar o nascimento do Deus Sol no solstício de inverno, uma comemoração com elementos que até hoje mantemos durante o Natal: contato com a natureza por meio de árvores, guirlandas e pinhos, abundância de comida e troca de presentes.

A apropriação da data como o dia do nascimento de Jesus de Nazaré foi uma tentativa de converter os povos não cristãos ao cristianismo, legitimando a comemoração pagã e esvaziando seu significado. A tática foi eficiente e o Natal passou a ser comemorado inclusive por pessoas não cristãs. Os países eslavos e ortodoxos fazem a celebração do Natal no dia 7 de janeiro, mesmo entre os cristãos, por causa da diferença de calendários.

Se 25 de dezembro foi uma apropriação, significa que a verdadeira data do nascimento de Jesus é outra. Na verdade, até hoje ela permanece incerta. Alguns historiadores apontam para meados do que conhecemos hoje como os meses de março ou abril, por causa da época em que o Censo Romano era feito, motivo pelo qual Maria e José estavam indo para Roma. O Censo Romano era um cadastro oficial realizado anualmente e era obrigatório para todos os cidadãos romanos.

Os símbolos do Natal Principal figura do Natal, o Papai Noel é um ser místico para diversas culturas e está sempre relacionado à ação de presentear as crianças. O surgimento do Papai Noel é cercado por várias teorias. A mais aceita é que o personagem foi baseado em São Nicolau, um bispo da região de Mira, atual Turquia, que dava presentes para as crianças carentes. Por usar vestimentas típicas dos bispos da época, São Nicolau estava sempre com uma roupa vermelha e acompanhado de ajudantes.

Enquanto distribuía presentes, São Nicolau perguntava para as crianças como havia sido o comportamento delas ao longo do ano. Na verdade, ele era bem rígido nesse ponto. Os ajudantes eram membros da igreja envolvidos em ações de caridade, mas algumas versões da lenda diziam que na verdade eles eram espíritos bons e maus que vagavam pela Terra.

A tradição das meias natalinas cheias de presentes e doces é outro feito de São Nicolau: de acordo com a lenda, havia três irmãs muito pobres que não podiam pagar seus dotes para um bom casamento e por isso estavam condenadas à prostituição. Vendo o sofrimento delas, uma noite São Nicolau entrou pela chaminé e encheu três meias das jovens com moedas de ouro, para o casamento. O simbolismo religioso do Natal foi tão incorporado ao feriado que muitas pessoas não religiosas acabam seguindo as mesmas tradições. Contudo, sua origem cristã já gerou polêmicas.

Algumas associações de igrejas protestantes e puritanas dos Estados Unidos se unem todos os anos para manifestarem-se contra o Natal. De acordo com elas, a data fere o direito à liberdade religiosa e à livre expressão, previstas na Constituição dos Estados Unidos. Apesar de os judeus não comemorarem oficialmente o Natal, nos Estados Unidos, 1 em cada 3 famílias judias montam árvores de Natal e celebram o dia.

Além disso, as canções natalinas mais famosas do mundo, como “I’ll be Home for Christimas”, “The Christmas Song”, “Let It Snow, Let It Snow, Let It Snow” e “White Christmas”, foram compostas por judeus. Vamos aos números Comercialmente, a data ainda é a principal para os resultados positivos das vendas, por isso as marcas e empresas investem muito em propagandas, estoque e promoções durante essa época.

Segundo uma pesquisa feita pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), este ano serão movimentados R$ 60 bilhões de reais no comércio brasileiro. A mesma pesquisa aponta que 77% dos brasileiros vão comprar presentes, com um gasto médio de R$ 125,00 por presente. São quase 120 milhões de pessoas indo às compras com essa finalidade, sendo que a preferência empata entre as compras pela internet e as lojas de departamento.