por Letícia Fagundes, jornalista

Chefe de reportagem: Juliana Monaco, Jornalista

Dedico este texto às pessoas que procuram desenvolver um ambiente de pesquisa sobre saúde sexual e sexualidade

“Como fazer sexo” é a pesquisa com um alcance de mais de 360 milhões de resultados no Google. Como resposta, o site de buscas dá uma boa instrução de “como usar preservativo”. Na segunda busca é “como dar prazer a alguém”, e há um retorno menor, com mais de 21 milhões de buscas. Como resposta o site instruí apenas as mulheres, não há nada como primeira opção aos homens. Em resultados posteriores são revistas dedicadas ao público feminino de como “sentir prazer sozinha” ou “como ensinar um homem a te dar prazer”.

Um tanto desmotivador, senhores homens!

Sim, estamos em uma situação problemática que mal explica a criançada sobre educação sexual e sexualidade. Inclusive é um dos temas que abordo na próxima série de reportagens que irá ao ar, ainda em junho. Como a sexualidade e o sexo não são, de maneira alguma, falados e verbalizados desde a infância. Na fase adulta já estamos com uma situação estrutural muito problemática. Adultos que não sabem se relacionar. Correlacionam sexo a apego, ou o apego a algo ruim.

Dito isso, penso que temos uma esperança. Afinal, também procurei como eu fosse um homem, daqueles que tem interesse em proporcionar algo bom a alguém que eles se deitam. “Como dar prazer a uma mulher”, há mais de 53 milhões de buscas. Inclusive, deixo aqui um link bem interessante para os interessados, no site Vittude

O título desse texto aborda algo especial, que é quando dois corpos estranhos se tocam, se conhecem. Estamos falando de uma montanha russa de hormônios e sensações, quando eles se tocam e se beijam. Tudo que você faz é tentar se empenhar para procriar, no fundo da sua espécie mais primitiva. Mas evoluímos, não é mesmo?

Não! A gente apura no jornalismo tanta informação, que iniciei falando o básico das apurações de uma população que está apoiada em informações desencontradas da internet. Cheias de receitas que no fundo não servem para quase nada, quando estamos lidando com os corações, as mentes, os hormônios e uma soma do ser humano que você é com alguém. Ou seja, evoluímos pouco para usufruirmos de fato algo.

Se determina tempo, modos, culturas e muitos aspectos para definir o ato de fazer sexo para as mulheres e lógico, para os homens. Mas a mulher ainda é o alvo sobre todas estas referências e infelizmente muitos não estão preparados para esse assunto. Somos o objeto ainda de consumo. Nossos corpos são explorados, embalados e vendidos na mídia e importados numa lata que não nunca nos coube. É a angústia de tentar se encaixar a altura de quem não busca, não se interessa, como vimos no primeiro parágrafo, em se encaixar no mundo feminino.

A busca por “venda de vibradores” ainda é baixa, e quando a mulherada diz que usa, vira notícia, mas uma notícia para, de novo, importar a ilusão de que é mais um brinquedo para o homem utilizar no corpo feminino. A dedicação em entender que encontrar um corpo junto ao seu, vai da capacidade psicológica que o mundo lhe deu até aqui e não da quantidade de pessoas que você saiu, ou do tempo que você esteve com alguém. Se refere a o quanto você está disposta ou disposto a entender o seu e procurar compreender o do outro.

Sexo é a sua realidade compartilhada com um corpo estranho, o corpo do outro.