Alimentação, enriquecimento ambiental, principais cuidados, doenças mais comuns e dicas de lugares para aproveitar junto ao bichano

Por Giselle Cunha- SP giselle.cunha@mulheresjornalistas.com
Editora de Reportagem: Juliana Mônaco
Editora Chefe: Letícia Fagundes

Foto: Divulgação/Site Gato Café

Nesta semana, continuaremos dando dicas de como conhecer e proporcionar ao seu gato todo cuidado necessário para crescer saudável e feliz.Uma dúvida muito comum entre os proprietários desta espécie é sobre a alimentação. O mercado Pet oferece uma grande variedade de sabores e marcas de rações tradicionais, além das conhecidas rações úmidas.Mas o que fazer quando o animalzinho perde o interesse com frequência pelo alimento? 

“Esse comportamento chama-se Metafilia, em que o animal gosta do diferente. Muitas vezes, o proprietário acaba treinando inconscientemente o seu animal quando, ao perceber que ele esteja demorando para se alimentar ou até mesmo por ter pulado uma refeição, se antecipa e troca o alimento”, explica o dr. Carlos Gabriel, médico veterinário especializado em gatos.

Outra possibilidade é o armazenamento incorreto da ração, pois a exposição à luz ou ao próprio oxigênio quando o pacote não é fechado corretamente faz com que a película de gordura que envolve esse alimento se desfaça e perca sua característica de cheiro e sabor.

É importante também falarmos sobre o enriquecimento ambiental, pois a criação de um ambiente interativo, complexo e dinâmico proporciona desafios físicos e mentais que fazem parte da natureza da espécie, conforme o dr. Carlos Gabriel mencionou na primeira reportagem desta série. Aposte em arranhadores de diversos formatos; esconderijos; obstáculos; locais que possam subir, descer e se pendurar; brinquedos que permitam colocar alimentos dentro para estimular o instinto da caça; muitas penas, cores, guizos e até experiências olfativas, como com a erva Catnip.

Não é só de brincadeiras e alimentos que se vive um gato. Entre os principais cuidados necessários, destacamos a limpeza periódica da caixa de areia, para evitar que façam suas necessidades fisiológicas em lugares indesejáveis. Assim como os cães, os gatos também precisam seguir um protocolo de vacinação e visita periódica ao médico veterinário. Lembramos que a prevenção é sempre o melhor caminho!

É importante investir ainda na segurança deles, pois muitos acidentes ocorrem devido à falta de proteção feita com telas e grades. Gatos são curiosos e adoram dar uma voltinha na rua, mas muitas vezes acabam brigando ou até mesmo se perdendo do seu lar. A escovação dos pelos faz parte da rotina de higiene e saúde, pois previne a formação das bolas de pelo e esse simples ato retira a pelagem morta, permitindo que as novas venham mais bonitas e sedosas.

Confira as doenças mais comuns dessa espécie (lembrando que, em caso de comportamentos estranhos e qualquer indisposição, procure um veterinário de sua confiança):

  • Clamidiose é uma doença provocada por uma bactéria (Clamidia Psittaci) que afeta a região pulmonar e ocular, provoca conjuntivites severas e alterações pulmonares. Possui uma taxa de contágio bem alta e é classificada como uma zoonose (doença que pode ser transmitida para o homem). A clamidiose tem como principal forma de prevenção a vacinação. 

 

  • A esporotricose é uma infecção provocada por fungos do gênero Sporothrix schenkii, que utiliza de feridas na pele para entrar no organismo dos felinos. Também se trata de uma zoonose. Essas lesões atingem progressivamente a epiderme, derme, músculos até chegar aos ossos dos animais. 

 

  • insuficiência renal crônica está ligada à genética dos gatos e acontece por alterações naturais dos rins. O aparecimento de inflamações e cistos nos rins não são problemas fáceis de identificar e, por isso, acabam se tornando problemas mais graves como cálculos renais e infecções urinárias. Observe sempre o seu animal, pois os sintomas dessa doença podem aparecer como um maior consumo de água, urina em maior quantidade e com maior frequência.

 

  • vírus da leucemia felina (FeLV) é o que compromete o funcionamento do sistema imune. Tem uma transmissão oro-nasal através das secreções e contacto próximo dos gatos. Após infecção, o animal pode se tornar portador caso o seu sistema imune consiga controlar o vírus e não expresse a doença (fase latente) ou pode haver multiplicação do vírus (fase viremica) com outras doenças associadas ao aparecimento de anemia, infecções secundárias e cancro.

 

  • A peritonite infecciosa felina é causada por vírus que pode atingir o abdómen, o fígado, os rins, o cérebro e o sistema nervoso dos gatos, causando abscessos e infecções nessas áreas. Os sintomas dessa doença, considerada fatal, estão na perda de apetite, anemia, diarréia, febre e emagrecimento. A transmissão pode ocorrer através do contato de um animal saudável com as fezes de um animal contaminado ou através da amamentação, quando a mãe já está contaminada.

 

  • vírus da imunodeficiência felina atinge o sistema imunológico dos gatos e por isso ficou conhecido como “hiv dos gatos”. Com o sistema de defesa debilitado, contraem com maior facilidade outros tipos de doença e sofrem com o maior aparecimento de infecções. A transmissão ocorre principalmente através do contato sanguíneo. Esse vírus não tem cura, mas o animal portador pode viver durante muitos anos, se receber o tratamento correto. 

 

  • A rinotraqueíte viral, também conhecida como a “gripe de gato”, é uma das principais doenças que atingem o sistema respiratório dos felinos. A doença é de fácil transmissão e pode ocorrer por um contato direto com o Herpesvírus. Também é considerada fatal, caso o animal não receba o tratamento necessário.

Com todas essas informações, está na hora de desfrutar da companhia do seu bichano feliz e protegido. Mas ainda não acabou! Separamos uma dica maravilhosa de um espaço exclusivo para gatos.

Foto: Divulgação/Site Gato Café

Você já ouviu falar no Gato Café? Inaugurado em julho de 2020 pela arquiteta Giovanna Molinaro,o Gato Café um espaço que reúne, gastronomia, atividades como o Cat Yoga, além da oportunidade de adotar os residentes do local.Localizado no bairro do Botafogo, no Rio de Janeiro, o espaço atende mais de 2 mil felinos por mês. 

Mulheres Jornalistas (MJ): Como surgiu a ideia da empresa? 

Giovanna Molinaro: Fiz uma viagem ao Japão, onde conheci o conceito de Catcafé. Visitei alguns e fiquei apaixonada. Quando retornei de viagem, comecei a pesquisar mais sobre o assunto e encontrei o conceito de catcafés com adoção, que me encantou completamente.Pouco depois, estava em um momento de vida no qual queria encontrar um propósito maior e logo lembrei do catcafé. Não consegui sossegar enquanto não abri o Gato Café.

MJ:O que você mais gosta sobre a convivência e comportamento com os felinos? 

Giovanna Molinaro: Amo a personalidade deles, já passaram muito gatos pelo Gato Café. Só pela descrição do comportamento, consigo saber quem é quem,pois cada um deles tem seu jeitinho todo especial. Além disso, amo a sinceridade dos gatos, sei que se um gato vem interagir comigo é porque ele realmente quer fazer isso, porque realmente gosta de estar comigo e isso é muito especial.

MJ: Como funciona o Cat Yoga? 

Giovanna Molinaro:O Cat Yoga é uma prática de yoga feita na nossa área dos gatos, junto com os gatinhos residentes. É muito especial porque os gatinhos também funcionam como filtro energético e a yoga é uma prática muito relacionada a energia, então é a dupla perfeita. Além de ser muito divertido, pois os gatinhos super interagem com a gente durante a prática, criando momentos únicos.

MJ: Como os gatinhos residentes são selecionados?

Giovanna Molinaro: Todos os nossos gatos vêm da nossa instituição parceira Bigodes do Bunker. Eles que fazem a seleção dos gatinhos e observam a personalidade deles, se combina com o ambiente do Gato Café e com os gatinhos que já moram aqui.

MJ: Quantos animais já foram adotados? 

Giovanna Molinaro: Já adotamos mais de 45 gatos, em 7 meses.

MJ: O que é preciso fazer para adotar um residente do Gato Café? 

Giovanna Molinaro: Como disse, o processo de adoção é feito pela instituição Bigodes do Bunker. Eles fazem o mesmo processo de adoção responsável que fazem com os outros gatinhos da instituição. O primeiro passoé preencher o formulário de adoção, que poder ser encontrado nas nossas redes sociais (tanto do Gato Café, quanto do Bigodes do Bunker), depois é feito uma entrevista e,se tudo for aprovado, o adotante vai até a loja buscar o gatinho.

Foto: Divulgação/Site Gato Café

MJ: Quais os planos para o futuro do Gato Café?

Giovanna Molinaro: Queremos muito crescer como marca e como conceito. Queremos abrir novas lojas, não só aqui no Rio, mas em outros estados também. E claro, adotar cada vez mais gatinhos, afinal, todos eles merecem um lar.