Por Giselle Cunha, Jornalista- RJ
giselle.cunha@mulheresjornalistas.com
Diretora de jornalismo: Letícia Fagundes, Jornalista
Chefe de reportagem: Juliana Monaco, Jornalista 
Editora de conteúdo – Site MJ: Beatriz Azevedo, Jornalista

A mudança de comportamento e o investimento de grandes empresas em alimentos produzidos a partir de células de animais

Instinto ou evolução? A resposta para essa pergunta tem sido discutida há anos. De um lado, uma parte da população que defende o nosso comportamento primitivo (historicamente, a carne é citada como o alimento responsável pela nossa evolução, uma vez que o consumo de produtos de origem animal contribuiu para o crescimento acelerado da massa cerebral humana) e do outro lado, fica a parte da população que denomina-se vegana (segue uma filosofia que respeita e defende a não crueldade com os animais, portanto não consomem nenhum tipo de produto de origem animal).

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Análise Laboratorial. Foto: Divulgação/BRF

O fato é que existe uma grande preocupação com a distribuição e a capacidade de produção mundial de alimentos.

Produção X Distribuição dos alimentos

Os surtos de fome são históricos. Veja a relação abaixo e observe que, ao decorrer dos séculos e com o aumento da população, as crises se tornaram mais frequentes e cada vez mais intensas.

Século V a.C.

Século II a.C.

  • Entre 108 a.C. e 1911 d.C., existiram não menos que 1.828 grandes fomes na China, ou quase uma por ano em uma ou outra província. Porém, as fomes variavam drasticamente de severidade.

Século V

Século VIII

Século IX

  • 800 ~ 1000 – Seca severa matou milhões na Civilização maia com fome e sede, e iniciou uma cascata de colapsos internos que destruíram sua civilização.
  • 809 – Fome no Império Franco.
  • 875 ~ 884 – Fome causa revolta de camponeses na China, Huang Chao captura a capital.

Século X

Século XI

  • 1005 – Fome na Inglaterra. Existiram 95 fomes em massa nas ilhas Britânicas durante a Idade Média.
  • 1016 – Fome pela Europa.
  • 1022 e 1033 – Grandes fomes na Índia, províncias inteiras despopuladas.
  • 1064 ~ 1072 – Sete anos de fome no Egito.
  • 1051 – Fome força os Toltecas migrarem da região afetada para o que é hoje o México central.
  • 1066 – Fome na Inglaterra.

Século XIII

  • 1199 ~ 1202 – Fome no Egito.
  • 1230 – Fome na República da Novogárdia.
  • 1231 ~ 1232 – Fome no Japão.
  • 1235 – Fome na Inglaterra. 20 mil pessoas morreram apenas em Londres.
  • 1255 – Fome em Portugal.
  • 1258 – Fome na Alemanha Itália.
  • 1275 ~ 1299 – Colapso da civilização Anasazi. Fome em massa ocorreu.
  • 1294 – Fome na Inglaterra.

Século XIV

  • 1315 ~ 1317 – Grande fome Europeia.
  • 1333 – Fome em Portugal.
  • 1333 ~ 1334 – Fome na Espanha.
  • 1333 ~ 1337 – Fome na China.
  • 1344 ~ 1345 – Grande fome na Índia.
  • 1387 – Após Tamerlão sair da Ásia menor, houve fome severa.
  • 1390 – Fome na Inglaterra.
  • 1396 ~ 1407 – Fome Durga Devi na Índia, durando doze anos.

Século XV

Século XVII

  • 1599 ~ 1600 – Fome na Espanha.
  • 1601 ~ 1603 – uma das piores fomes de toda história da Rússia. A fome matou até 100 mil em Moscou e um terço dos russos sob comando do Tzar Boris Godunov. Veja Fome de 1601-1603 na Rússia.  A mesma fome matou aproximadamente metade da população da Estônia.
  • 1611 – Fome em Anatolia.
  • 1618 ~ 1648 – Fome na Europa causada pela Guerra dos Trinta Anos.
  • 1619 – Fome no Xogunato Tokugawa do Japão. Durante o período Edo, houve 154 fomes em massa, das quais 21 foram generalizadas e graves.
  • 1648 ~ 1660 – O Dilúvio (série de guerras) Polonês causou a morte de 1/3 da população polonesa devido a guerras, fome e peste negra.
  • 1649 – Fome no norte da Inglaterra.
  • 1650 ~ 1652 – Fome no leste francês.
  • 1651 ~ 1653 – Fome por quase toda a Irlanda durante as conquistas de Oliver Cromwell.
  • 1661 – Fome na Índia, quando nem uma gota de água caiu em dois anos.
  • Década de 1680 – Fome em Sahel.
  • Década de 1690 – Fome na Escócia que matou talvez 15% da população.
  • 1693 ~ 1694 – Fome na França matou 2 milhões de pessoas.
  • 1695 ~ 1697 – Grande fome da Estônia matou cerca de de um quinto da população (70.000 até 75.000 pessoas). A fome também atingiu a Suécia (80.000 até 100.000 mortos).
  • 1696 ~ 1697 – Fome na Finlândia matou cerca de um terço da população.

Século XVIII

  • 1702 ~ 1704 – Fome em Decão, Índia, matou 2 milhões de pessoas.
  • 1706 ~ 1707 – Fome na França.
  • 1708 ~ 1711 – Fome na Prússia Oriental matou 250.000 pessoas, ou, 41% da população.
  • 1738 ~ 1756 – Fome na África Ocidental, metade da população de Tombuctu morreu de fome.
  • 1740 ~ 1741 – Fome na Irlanda.
  • 1741 – Fome na Noruega.
  • 1750 – Fome na Espanha.
  • 1750 ~ 1756 – Fome na região de Senegâmbia.
  • 1764 – Fome em Nápoles.
  • 1769 ~ 1773 – Fome de 1770 em Bengala.
  • 1770 ~ 1771 – Fome nas terras Checas.
  • 1771 ~ 1772 – Fome na Saxônia e sul da Alemanha.
  • 1773 – Fome na Suécia.
  • 1779 – Fome em Rabat, Marrocos.
  • Década de 1780 – Grande fome Tenmei no Japão.
  • 1783 – Fome na Islândia causada pela erupção do vulcão Laki matou um quinto da população islandesa.
  • 1783 ~ 1784 – Fome Chalisa no sul da Ásia.
  • 1784 – Fome generalizada por todo Egito.
  • 1784 ~ 1785 – Fome na Tunísia matou um quinto da população.
  • 1788 – Fome na França. Os dois anos antes da Revolução Francesa houve colheitas ruins e invernos pesados, possivelmente devido um forte ciclo de El Niño. Ou pela erupção do vulcão Laki na Islândia em 1783.
  • 1789 – Fome na Etiópia afligiu todas as províncias.
  • 1789 ~ 1792 – Fome Doji bara na Índia.

Século XIX

  • 1800 ~ 1801 – Fome na Irlanda.
  • 1810, 1811, 1846 e 1849 – Fomes na China mataram aproximadamente 45 milhões.
  • 1811 ~ 1812 – Fome devasta Madrid, 20 mil mortos.
  • 1815 – Erupção do Monte Tambora, na Indonésia. Centenas morreram da fome subsequente.
  • 1816 ~ 1817 – Fome no Ano Sem Verão
  • 1830 – Fome mata quase metade da população de Cabo Verde.
  • Década de 1930 – Fome Tenpo no Japão.
  • 1835 – Fome no Egito matou 200 mil.
  • 1845 ~ 1849 – Grande fome de 1845-1849 na Irlanda matou mais de 1 milhão de pessoas.
  • 1846 – Fome cria uma revolta camponesa conhecida como Maria da Fonteao norte de Portugal.
  • 1846 ~ 1857 – Fome da batata Escocesa.
  • 1850 ~1873 – Resultado da Rebelião Taiping, secas e fome, a população da Dinastia Qingcai em 60 milhões.
  • 1866 – Fome de Orissa na Índia. Um milhão de mortes.
  • 1866 ~ 1868 – Fome na Finlândia. Aproximadamente 15% da população morreu.
  • 1869 – Fome em Rajputana na Índia. Um milhão e meio morreram.
  • 1870 ~ 1871 – Acredita-se que fome na Pérsia tenha causado a morte a 2 milhões de pessoas.
  • 1876 ~ 1879 – OSEN causa fome na Índia, China, Brasil, Norte da África e outros países. Fomes no norte da China matam 13 milhões de pessoas. 5,25 milhões morrem na Grande Fome de 1876-1878 na Índia.
  • 1878 ~ 1880 – Fome na ilha de Saint Lawrence no Alasca.
  • 1888 – Fome no Sudão.
  • 1888 ~ 1892 – Grande fome Etíope. Um terço da população morreu. As condições pioraram com surtos de cóleratifo varíola.
  • 1891 ~ 1892 – Fome na Rússia causou de 375 mil até 500 mil mortes.
  • 1896 ~ 1897 – OSEN causa fome no norte da China levando ao Levante dos boxers.
  • 1896 ~ 1902 – OSEN causa fome na Índia.

Século XX

  • 1907 – Fome no centro-oeste da China.
  • 1914 ~ 1918 – Fome do Monte Líbano durante a Primeira Guerra Mundial matou quase metade da população na região. 
  • 1914 ~ 1918 – Fome na Bélgica.
  • 1915 ~ 1916 – Genocídio armênio.
  • 1915 ~ 1916 – Fome causada pelo bloqueio Britânico da Alemanha na Primeira Guerra Mundial. Até 750.000 alemães morreram de fome.
  • 1916 ~ 1917 – Fome do inverno na Rússia.
  • 1917 ~ 1919 – Fome na Pérsia. Aproximadamente 1/4 da população no norte Iraniano morreu de fome.
  • 1917 ~ 1921 – uma série de fomes no Turquestão no tempo da revolução Bolchevique mataram aproximadamente um sexto da população.
  • 1921 – Fome na Rússia matou 5 milhões.
  • 1921 ~ 1922 – Fome no Tartaritão.
  • 1921 ~ 1922 – Fome nas colônias dos Alemães do Volga na Rússia. Um terço da população morreu.
  • 1928 ~ 1929 – Fome no norte da China. A seca resultou em 3 milhões de mortes.
  • 1928 ~ 1929 – Fome em Ruanda-Burundi, causando largas migrações para o Congo.
  • 1932 ~ 1933 – Fome Soviética de 1932-1933Holodomor Ucrâniano, 10 milhões de pessoas morreram.
  • 1941 ~ 1944 – Fome no Cerco a Leninegrado causada por 900 dias de bloqueio Nazista e Finlandês. Aproximadamente 1 milhão de residentes de Leningrado morreram de fome, congelados ou bombardeados no inverno de 1941-42, quando as rotas de mantimentos para a cidade foram cortadas e a temperatura caiu.
  • 1941 ~ 1942 – Fome na Grécia causada pela ocupação Nazista. Estima-se que 300 mil pessoas morreram.
  • 1942 ~ 1943 – Fome mata 1 milhão na China.
  • 1944 – Fome nos Países Baixos durante Segunda Guerra Mundial, mais de 20,000 mortes.
  • 1945 – Fome no Vietnã.
  • 1946 ~ 1947 – Fome na União Soviética matou de 1 a 1.5 milhão.
  • 1973 – Fome na Etiópia. Falha do governo em controlar a crise levou a queda de Haile Selassie e a instalação da ditadura comunista Derg.
  • 1974 – Fome em Bangladesh
  • 1975 ~ 1979 – Khmer Vermelho Um estimado de 2 milhões de cambojanos perderam suas vidas em assassinatostrabalho forçado e fome.
  • 1990 ~ 2003 – Iraque enfrentou condições de fome desde 1990. As sanções iraquianas resultaram em altas taxas de desnutrição. Entre 200 mil e 1 milhão de mortos.
  • 1991 ~ 1993 – Fome Somali.
  • 1996 – Fome na Coréia do Norte. Acadêmicos estimam que 600 mil pessoas morreram de fome, outras estimativas vão de 300 mil a 3.5 milhões.
  • 1998 – Fome no Sudão causado pela Segunda guerra civil sudanesa e seca.
  • 1998 – OSEN causa fome no nordeste do Brasil.
  • 1998 ~ 2000 – Fome na Etiópia. Situação piorada pela guerra contra a Eritreia.
  • 1998 ~ 2004 – Segunda Guerra do Congo. 3.8 milhões de pessoas morreram de fome e doenças.
  • 2000 ~ 2008 – Crise alimentar no Zimbabue causada pelas políticas de Robert Mugabe.

Século XXI

(Fonte: Site Wikipédia – https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_fomes_em_massa)

O ano de 2020 foi marcado pela proliferação mundial da pandemia da covid-19, o que afetou de maneira significativa a saúde econômica do planeta e, consequentemente, contribuiu para um dos maiores aumentos na fome no mundo em décadas.

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Centro de Distribuição BRF em Goiás. Foto: Divulgação/BRF

Segundo o relatório O Estado da Insegurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2021, disponibilizado através do site da FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations), fatores externos, como conflitos e choques climáticos, e internos, como a baixa produtividade e cadeias de abastecimento de alimentos ineficientes aos sistemas alimentares, estão elevando o custo dos alimentos nutritivos. Esses fatores associados à baixa renda têm aumentado os preços e tornado cada vez mais inacessível a produção de dietas saudáveis. O objetivo de acabar com a fome mundial até o ano 2030 traçado pela ONU parece estar cada vez mais distante.

Alguns estudos apontam que, em 2050, a população mundial estará em torno de 10 bilhões de pessoas. Buscar alternativas que sejam eficazes, mas que ao mesmo tempo respeitem o habitat e o ciclo natural dos animais, torna-se desafio das grandes indústrias.

De acordo com o site da UNEP (United Nations Environment Programme), perdemos cerca de um terço dos alimentos produzidos entre a fabricação na fazenda e chegada à nossa mesa, durante os processos de armazenamento, transporte, processos internos, embalagens, vendas e preparos, pois compramos mais do que consumimos. No final são 1,3 bilhão de toneladas de alimentos perdidos ou desperdiçados por ano.

Atualmente, o mercado alimentício já nos oferece algumas opções de alimentos criados em laboratório, como os hambúrgueres à base de plantas (Plant-based) que foram lançados nos EUA, mas atualmente já são utilizados em uma rede de Fast Food e também encontram-se disponíveis para venda em alguns mercados.

Toda esse inovação traz uma série de questionamentos e, para entendermos melhor sobre esse processo e como anda o investimento de uma das maiores empresas do ramo pecuário no Brasil, o Instituto Mulheres Jornalistas convidou Sérgio Pinto, diretor de Inovação da BRF Brasil Food, responsável pelas marcas Sadia e Perdigão. 

Mulheres Jornalistas (MJ): Em qual fase está o projeto da BRF sobre a carne cultivada? 

Sérgio Pinto: Nosso objetivo é produzir e vender carne cultivada no Brasil até 2024. Atualmente, estamos em fase de testes, mas a ideia é que a novidade possa chegar ao mercado brasileiro de diversas formas, como hambúrguer, almôndegas e, principalmente, cortes inteiros como steaks. Sabemos que ainda temos um caminho a percorrer no que diz respeito à regulamentação para termos uma biofazenda no Brasil para que possamos produzir a carne cultivada, mas estamos confiantes e conversando com diversos órgãos brasileiros para podermos regulamentar esse produto, e colocar o Brasil na ponta desta tecnologia. 

MJ: A partir de que momento uma empresa como a BRF, que detém uma fatia expressiva do mercado brasileiro de carnes, percebeu a necessidade de investir em um projeto de alimentos produzidos em laboratórios? 

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Entrevistado Sérgio Pinto – Diretor de Inovação BRF. Foto: Divulgação/BRF

Sérgio Pinto: Na BRF, acreditamos na democracia e no acesso de todas as pessoas aos alimentos e, a partir de iniciativas como o brfhub, de inovação aberta, podemos fortalecer a jornada de inovação da BRF e oferecer ainda mais alternativas de escolha aos consumidores, buscando eficiência e o menor impacto na cadeia produtiva. Também é importante frisar que a carne cultivada será mais uma alternativa às fontes de proteínas já disponíveis.  

Somos uma empresa de alimentos que investe em tecnologia, respeitando as novas tendências à sustentabilidade social e ambiental. Com a produção de carnes cultivadas sustentáveis de alta qualidade, firmamos ainda mais nosso papel de agentes transformadores da indústria alimentícia, oferecendo as últimas novidades na produção de proteína celular e substitutos da proteína animal. Nossa entrada neste segmento também impulsiona as pesquisas científicas no Brasil sobre o tema, o que é extremamente importante para a comunidade acadêmica, pois somos o quarto país em estudos sobre carne cultivada no mundo. 

MJ: Qual a expectativa de valor final e entrega para os brasileiros? 

Sérgio Pinto: O preço da carne cultivada no início do desenvolvimento girava por volta de U$S 1.000/kg e hoje já há protótipos por volta de U$S 300/kg. A tecnologia está se desenvolvendo muito rápido e projetamos que, em dois anos, quando o produto deve estar chegando ao mercado, o preço deverá estar entre U$S 40-50/kg, podendo eventualmente baixar conforme a escala de produção cresça. 

MJ: Existem outros projetos na companhia que também sejam focados no bem-estar animal? 

Sérgio Pinto: A história da BRF evidencia o DNA de inovação da empresa, que, com suas marcas, entre elas Sadia, Perdigão e Qualy, acompanha as transformações dos hábitos de consumo de milhares de pessoas. Convivemos com diferentes perfis de consumidores e estamos focados em atendê-los. Nosso time se dedica a estudar novos interesses, preferências e hábitos, ajudando-nos a desenvolver novos produtos, como é o caso do plant-based – a Veg&Tal -, uma linha à base de vegetais, lançada ano passado.  

A aceleração na inovação, com lançamento de várias frentes, o que inclui a materialização da proposta da empresa de não ser restrita à proteína animal, mas sim de ser uma provedora de alimentos inclusiva, é nossa vocação e vai ao encontro do que sempre procuramos, ou seja, atrair mais agentes para a conversa. O foco é avançar na liderança em áreas abertas à expansão de nossa participação, com diversificação de canais, categorias e geografias, aposta em segmentos de potencial (food service, ingredientes, novos produtos plant-based, agricultura celular etc.), nível de serviço e uma agenda clara de inovação. 

MJ: Como ficará a relação com os produtores pecuários diante deste novo cenário? 

Sérgio Pinto: Segundo expectativas da ONU, seremos em quase 10 bilhões de pessoas em 2050 e, aqui na BRF, estamos estudando alternativas para alimentar essa população. Como mencionei antes, acreditamos que as proteínas alternativas são complementares às proteínas de origem animal e à cadeia disponível hoje. A carne cultivada é um passo para o futuro e compreendemos que, para que inseri-la no dia a dia das pessoas e do País, será necessária uma transformação, tanto de mentalidade, quanto de cultura e comportamento de consumo. Os impactos na economia e na política, embora à primeira vista possam parecer sensíveis, vão trazer benefícios, pois está se estabelecendo uma nova forma de produção que poderá gerar mais tecnologia e empregos.