Nesta semana, ondas de indignação contra o racismo se espalharam por todo o mundo. Os protestos começaram nos EUA após a morte de George Floyd, homem negro assassinado durante uma ação policial. No Brasil, as manifestações iniciou após a morte do pequeno Miguel de 5 anos.

Na Inglaterra os manifestantes derrubaram e jogaram a estátua do traficante de escravos Edward Colston no rio. De acordo com a BBC, o comerciante traficou ao menos 84 mil negros da África Ocidental para os países da América.

O movimento para derrubar a estátua cresceu após uma petição recente solicitando a remoção da estátua ser recusada. A petição reuniu mais de 11 mil assinaturas.

A marcha “Black Lives Matter” (Vidas negras importam), tomou conta do mundo onde os manifestantes carregaram cartazes dizendo que “não se trata de branco contra o negro, mas sim de todos contra o racismo”.

No canal do YouTube da jornalista Gabriela Prioli que entrevistou o professor e advogado Silvio Almeida, comentou que houve um rebaixamento das condições de vida, pois a desigualdade social enfatiza o racismo e as pessoas negras que sofrem com isso diariamente tiveram que passar a pedir para que não os matem, “uma coisa é pedir direito civis, outra coisa é pedir que não nos matem”.

Os direitos civis são os direitos fundamentais à vida, à liberdade, à propriedade privada e à igualdade perante a lei. É o direito de ir e vir e da liberdade de expressão e pensamentos de todos os cidadãos.

Segundo o filósofo Jacques Rousseau, “o homem é bom por natureza. É a sociedade que o corrompe”. Uma sociedade que cria o preconceito, ensina o ódio, o racismo e acaba não tendo o que oferecer.

A Organização Mundial da Saúde (ONU), criou o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial celebrado em 21 de março em memória do Massacre de Sharpeville.

Em 21 de março de 1960, na África do Sul, 20.000 pessoas faziam protesto passivo contra a Lei do Passe, que obrigava a população negra a portar um cartão que continha os locais onde era permitido sua circulação.

Mesmo tratando-se de uma manifestação pacífica, a polícia do regime de apartheid abriu fogo sobre a multidão desarmada que resultou em 69 mortos e 186 feridos.

A reeducação da sociedade proporciona aprender a respeitar as diferenças, valorizar e incentivar o respeito sem preconceito as diferenças étnico-racial, colaborando para um futuro melhor.

Os pais podem ajudar ensinando aos seus filhos sobre a cultura da população negra e sobre como enfrentar o racismo, proporcionar às crianças o convívio com diferentes etnias nas brincadeiras, nas salas de aula, em casa e em todos os lugares, segundo a Fundação dos Palmares, isso ajudará as novas gerações a ter um pessoalmente e postura diferente.

Contudo, com a crise causada pelo novo coronavírus, movimentos anti racista e fascista começaram a surgir, principalmente no Brasil, onde o presidente Jair Bolsonaro está sendo taxado como fascista.

O sociólogo francês, Alain Touraine, afirma que o choque econômico causado pelo novo coronavírus e a crise mundial econômica que está acontecendo pode produzir reações fascistas.

Em reportagem ao El País, segundo Alain Touraine, “tivemos dois bons séculos na sociedade industrial, em um mundo dominado pelo Ocidente por cerca de 500 anos. Hoje acreditamos, e foi o caso nos últimos 50 anos, que vivíamos em um mundo americano. Agora talvez viveremos em um mundo chinês, mas também não tenho certeza. Os Estados Unidos estão afundando e a China está em uma situação contraditória, que não pode durar eternamente: quer praticar o totalitarismo maoísta para gerenciar o sistema capitalista mundial. Nós nos encontramos em lugar nenhum, em uma transição brutal que não foi preparada nem planejada”.

Ressaltando que a vidas negras importam, e que devemos todos juntos lutar contra o racismo.