Produto lançado pela Fundação 1Bi, do Grupo Movile, tem capacidade de chegar em até 85% das famílias de baixa renda

Por Regina Fiore- SP
regina.fiore@mulheresjornalistas.com

E se houvesse a possibilidade de aprender com auxílio de professores e guias semanais de estudo por meio do Whatsapp? Essa possibilidade já existe e é 100% gratuita para os usuários. Chamada de AprendiZap, a plataforma oferece experiências de engajamento e aprendizado com conteúdos de qualidade alinhados à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que rege todos os programas de educação nacional. 

O AprendiZap foi criado em 2019 pela Fundação 1Bi, instituição social apoiada pelo Grupo Movile com o objetivo de que a tecnologia promova oportunidades para todos os jovens brasileiros. “O principal ponto era criar uma ferramenta acessível de estudos para jovens em situação de vulnerabilidade social. Com o início da pandemia, percebemos que tínhamos uma ferramenta poderosa para auxiliar alunos de escolas públicas no ensino remoto”, conta Débora Nunes, analista de produtos e soluções da Fundação 1Bi.

De acordo com Débora, 85% das família brasileiras de baixa renda acessam a internet exclusivamente pelo celular e 99% das pessoas que tem celular possuem o Whatsapp instalado. Dessa forma, o Whatsapp se tornou o canal digital mais acessível e prático para o público da Fundação 1Bi, que fez uma parceria com a Fundação Lemann para criar o AprendiZap Fundamental II e o AprendiZap Professores, que auxiliam estudantes e professores durante essa época de pandemia. 

Além da parceria com a Fundação Lemann para a parte pedagógica do produto, a ferramenta foi desenvolvida com apoio da Wavy, empresa do Grupo Movile que trabalha com inteligência artificial conversacional. “A tecnologia oferecida pela Wavy trouxe eficácia para a ação”, afirma Débora. 

O AprendiZap é foi pensado para alunos de escolas públicas do 6° ao 9° ano e do Ensino Médio, principalmente jovens em situação de vulnerabilidade social. Já o AprendiZap Professores é voltado para os educadores de escolas públicas para auxiliá-los no uso da ferramenta pelos alunos. Débora conta que os dados revelam que o público-alvo foi atingido, já que 94% dos alunos do AprendiZap são de escola pública e 45% deles usam só o AprendiZap para estudar.

Até hoje, 129 mil alunos já estudaram pelo AprendiZap desde o lançamento em abril de 2020 e 802 professores usam a ferramenta com os seus alunos. “Mais importante que o número absoluto é a capilaridade do projeto. Temos alunos e professores de todos os DDDs do Brasil e o estado com maior número de alunos proporcional à população é o Piauí”, ressalta Débora. É importante destacar que a ferramenta é um complemento para as aulas convencionais, não uma substituição. 

Como usar?

Se você faz parte do público do AprendiZap ou conhece pessoas que façam, é só mandar um “Oi” para o número (11) 97450-6763 e a partir daí começar a conversa automática que vai direcionar o estudo. O AprendiZap vai perguntar o ano do aluno e, após essa resposta, enviará um resumo do primeiro módulo de estudos. Cada módulo é composto por 10 aulas que se organizam da seguinte forma: resumo da aula, conteúdo em PDF ou vídeo e exercícios. No fim do módulo, o aluno recebe um PDF com a correção de todos os exercícios.

Um ponto importante trazido por Débora é o quanto a pandemia escancarou o problema da desigualdade social entre os alunos de classes mais ricas e alunos mais pobres, já que o acesso às aulas online ficou bastante prejudicado para quem não tem acesso à tecnologia em casa. Apesar de contemplar muitos alunos, o AprendiZap tem limitações porque depende do aparelho celular. No entanto, é uma das formas de muitos jovens em situação de vulnerabilidade conseguirem estudar pelo talvez único meio que seja acessível, o celular. 

“Os alunos não precisam baixar um novo aplicativo, já que muitos celulares mais populares não têm capacidade de memória para isso. Além disso, muitas operadoras oferecem o acesso ao Whatsapp sem que o usuário precise gastar seu plano de dados ou Wi Fi. Também é possível que mais de um aluno estude pelo mesmo celular, é só trocar o ano de estudo na conversa”, explica a analista. 

Para Débora, a tecnologia tem que estar a serviço dos alunos, combinando inovação com acessibilidade e falando a linguagem das pessoas que precisam deste conteúdo. “O contexto de vida dos alunos precisa ser levado em consideração quando uma ferramenta é pensada principalmente para alunos de baixa renda”, conclui a especialista.