Luiza Esteves, Repórter  RJ
 
Na última quinta, dia 7, o coletivo Mulheres Jornalistas marcou presença na 65° Feira do Livro de Porto Alegre. A nossa repórter de TV, Rosângela Oliveira, e a fundadora do coletivo, Letícia Fagundes, realizaram a palestra “Mídia e Mulher”, às 16h, no Centro Cultural Erico Verissimo (CCCEV). O objetivo da palestra foi debater sobre a responsabilidade social da grande mídia convencional e alternativa no diálogo do feminismo com a sociedade.
 
Durante a palestra, Rosângela e Letícia trouxeram diversos questionamentos e direcionavam perguntas à plateia, de modo a gerar reflexão. Um dos temas tratados foi a falta de representatividade das mulheres na TV, já que a mídia nos relaciona a padrões estéticos pré-estabelecidos e à objetificação sexual.
 
Além desse aspecto também foi mencionada a falta de representatividade da mulher negra na TV. A exemplo de jornalistas de referência foram citadas Glória Maria e Maju, que são a exceção em relação aos padrões para repórteres de TV. Isso sem contar que os cargos mais altos são assumidos apenas por homens.
 
Letícia e Rosângela também questionaram se há espaço para o feminismo na mídia tradicional. “Vocês já viram o feminismo representado e debatido na TV? Poucas são as mídias que oferecem espaço para dar voz a luta das mulheres e o coletivo Mulheres Jornalistas foi criado justamente nesse sentido de incentivar o empoderamento feminino”, explica Letícia.
 
O coletivo também luta contra o assédio no ambiente de trabalho. As jornalistas do coletivo comentaram sobre como esse problema é bastante recorrente nas redações dos jornais. Nesse sentido o Mulheres Jornalistas busca denunciar casos de desrespeito à mulher no trabalho ou em qualquer outra situação de assédio.
 
Tópicos abordados na palestra:
 
  • A responsabilidade social da mídia no diálogo do feminismo com a sociedade;
  • A influência da informação na construção do machismo social;
  • Privilégios entre brancos e negros nos veículos de comunicação;
  • A mulher como objeto de consumo na comunicação de massa;
  • Femincídio como sensacionalismo através das vítimas como audiência da TV;
  • O papel da mídia alternativa para dar voz a luta feminina.