Estamos vivendo em uma época em que a arte está começando a ser destacada também pelas mulheres. Quando estamos na escola e estudamos sobre arte, a maioria dos artistas que o ensino apresenta são homens.
Recordo-me que em época de escola, a única mulher famosa que representou a arte no Brasil foi Tarsila do Amaral, suas obras passaram a ser complemento das aulas de artes, e pela primeira vez está ganhando a sua grande exposição no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP).
Amostra “Tarsila Popular” bateu recorde no museu, de acordo com o Guia Folha, mais de 8.818 pessoas foram prestigiar a grande exposição da artista brasileira. O projeto do MASP “Histórias das mulheres, histórias feministas”, tem como objetivo abordar temas relevantes em relação ao feminismo.
O site “Women who draw” (mulheres que desenham) reúne quase 3 mil ilustradoras de todo o mundo. A criação do site foi uma iniciativa da ilustradora norte-americana Julia Rothman, que percebeu que entre 55 capas de revistas feitas naquele ano, apenas 4 foram desenhadas por mulheres.
Em 2017, Julia criou o site com sua amiga Wendy McNaughton, com o objetivo de aumentar a visibilidade das ilustradoras e a facilidade para encontrá-las. O projeto se estendeu para as ilustradoras aqui do Brasil, as “Mulheres Ilustradoras”, teve início em janeiro de 2018 e reuni artes de mulheres brasileiras, com o intuito de aumentar a visibilidade das artistas, o projeto é administrado pelas ilustradoras: Larissa Ribeiro, Elisa Carareto, Ana Matsusaki e Natália Gregorini.
Conversamos com a ilustradora e empreendedora Paula de Abreu, que também faz parte do grupo “Mulheres Ilustradoras”, Paula trabalha na área de animação há 8 anos, fez projetos como ilustradora cenarista em desenhos da Cartoon, Netflix e Disney (como Oswaldo, Vinícius e Tom e Super Drag). Atualmente investe em sua produtora Estúdio Paulares (@apaulares).
Paula comenta a diferença entre as mulheres que trabalham com ilustração “é nítido a desproporção de homens para mulheres na área de animação, mas as mulheres do meio se ajudam muito e são muito unidas, e muitas portas se abriram para mim no início justamente pelo acolhimento delas. Como toda mulher, já passei por uma ou outra situação difícil de machismo e gaslight na área, mas tive a sorte de não ter trabalhado com pessoas assim”.
As redes sociais ajudam as ilustradoras a divulgarem seu trabalho, apresentar seus portfólios e até mesmo a criar alguns projetos. Paula pediu a ajuda dos seguidores para criar o seu projeto ‘Gato sem Botas’.
“Senti que foi um trabalho coletivo com os seguidores do instagram do estúdio. Sempre fazia enquetes e votações para decidir o design dos personagens, elementos da história e até caminhos da narrativa. O resultado foi uma obra que ficou muito próxima do público, comenta.
O fundamental é desenvolver sua arte e buscar desenvolver profissionalmente, o mercado sempre tem espaço para quem quer crescer, desenvolva suas redes sociais para destacar sua arte e esteja sempre estudando e aprimorando suas técnicas.