Por Adriana Buarque, Jornalista – SP
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Depois de uma disputa presidencial acirrada e violenta, o resultado trouxe de volta ao poder Luís Inácio Lula da Silva, 3ª vez eleito presidente do Brasil, aos 77 anos. Com o desafio de comandar um país dividido, Lula também tem como objetivo enfrentar um preconceito nutrido por muitos: o etarismo. A discriminação por idade atinge não apenas o chefe de Estado, mas muitos indivíduos ao redor do mundo, contrariando um princípio de reverência a quem detém conhecimento fruto da experiência de vida.

A idade é uma das primeiras características que observamos em outras pessoas. Segundo o relatório mundial sobre o etarismo publicado pela Organização Mundial da Saúde, o preconceito surge quando a faixa etária mais avançada é usada para categorizar e dividir as pessoas por atributos que causam danos, desvantagens ou injustiças, e minam a solidariedade intergeracional, prejudicando a saúde e o bem-estar e constituindo um grande obstáculo à formulação de políticas e ações eficazes em envelhecimento saudável.

Como qualquer outro preconceito, o etarismo pode ser velado e explícito. O indivíduo costuma ouvir comentários desagradáveis, considerados “brincadeiras” ou piadas sobre o envelhecimento. As pessoas mais velhas recebem continuamente sinais de não aceitação, desprezo, falta de respeito, agressões e humilhações pelo fato de terem envelhecido. Além de terem sua saúde mental afetada, levando à depressão ou outra patologia.

A ciência contribui para que tenhamos uma vida cada vez mais ampla, longa e saudável por mais tempo, sendo que o princípio da inclusão de todos, sem exceção, faz parte da construção de uma sociedade justa. O mundo está começando a despertar, levando em conta que os “velhos” de hoje já nos parecem bem mais jovens do que em décadas anteriores. No caso de Lula, vencer o obstáculo ligado à sua faixa etária demonstra que ainda há “muita lenha para queimar” neste novo mandato.