Instituto Inhotim reabre para visitação após 8 meses fechado
Por Michele Campos-SP
Um dos mais famosos museus a céu aberto do mundo, o Instituto Inhotim, localizado em Brumadinho (MG), reabriu suas portas ao público nos dias 7 e 8 de novembro, com novos protocolos de funcionamento. Fechado desde março em função da pandemia de covid-19, a reabertura teve ingressos esgotados para ambos os dias.
Estão disponíveis ao público 14 galerias, 8 jardins temáticos, além de obras em grande escala disponibilizados ao longo do Jardim Botânico. O Instituto Inhotim possui um modelo diferente dos museus urbanos, pois sua experiência é entrelaçada por uma relação espacial entre arte e natureza, em que os artistas podem criar e exibir suas obras em um cenário único, por entre lagos, trilhas, montanhas e vales, permitindo uma vivência ativa do público.
Visitações e protocolo de segurança
O museu está aberto às sextas-feiras, das 9h30 às 16h30, e aos sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30. Os ingressos podem ser retirados antecipadamente pela plataforma Sympla, e custam entre R$ 22 e R$ 44.
A administração de Inhotim recomenda que os visitantes adquiram os ingressos previamente, pois as vendas estão a toda velocidade, e o museu está funcionando com 10% da sua capacidade, recebendo apenas 500 pessoas por dia.
Antes do fechamento, o museu oferecia entrada gratuita às quartas-feiras, mas, com os novos horários, a gratuidade passa a ser oferecida na última sexta-feira de cada mês. Para o próximo dia 27 de novembro os ingressos estão esgotados, e algumas datas entre novembro e dezembro têm mais de 50% dos tickets vendidos. Até o momento, não estão permitidos grupos de excursão, e as visitas guiadas têm limite máximo de 5 pessoas por grupo.
Na página da instituição, os visitantes podem acessar o novo protocolo de saúde e segurança, que contém regras como o uso obrigatório de máscara, aferição de temperatura na recepção, displays de álcool gel em pontos estratégicos, além de especificações de funcionamento dos espaços de alimentação, circulação e transporte interno, galerias indisponíveis e capacidade de público em cada uma delas.
Comunidade local e mineração
Em janeiro de 2019, houve o rompimento da barragem da Mina do Feijão, em Brumadinho, causando um dos maiores desastres ambientais da mineração do país. De acordo com dados da Agência Brasil, a tragédia deixou 270 mortos, 11 desaparecidos e um rastro de destruição que ainda pode ser percebido no local.
Para Fernanda Perdigão, ativista, ambientalista, empreendedora social e moradora de Brumadinho, “o conteúdo cultural de Inhotim é indiscutível, mas até onde isso realmente favorece a comunidade que é a dúvida. Muitos sentem esse museu a céu aberto como uma ilha isolada do mundo externo que ainda rasteja para sobreviver e uma minoria como possibilidade de trabalho”.
Fernanda acredita que “existe ainda nesse aspecto a latente mudança emocional coletiva ainda não trabalhada e que levará talvez a contratações de mão-de-obra externa. O emocional coletivo ainda muito abalado na dor das perdas humanas e de memória bem como no andamento ainda do crime, movimentação excessiva de caminhões e pessoas distorcendo muito a anterior pacata rotina”.
Brumadinho faz parte da macrorregião central de Minas Gerais. Segundo dados da Secretaria Geral do Estado de Minas Gerais, o município atingiu a Onda Verde do plano Minas Consciente, com a redução da incidência de covid-19. Elaborado pelo governo estadual, o plano busca a retomada gradual e segura da economia nos municípios. As microrregiões pertencentes à Onda Verde estão autorizadas a reabrir os serviços não essenciais com alto risco de contágio, como parques, cinemas e museus, seguindo as regras sanitárias e de distanciamento social.
Programação online
Para quem não puder visitar o espaço ou preferir ficar em casa, o Instituto elaborou uma programação virtual durante todo o mês de novembro, comemorando a retomada das atividades presenciais. A programação está disponível nas redes sociais do Inhotim (YouTube, Facebook e Instagram).
Até dia 28 de novembro, estará em cartaz o documentário “Hélio Oiticica”, dirigido por César Oiticica, que oferece um olhar do próprio artista sobre sua vida e obra. No dia 21 de novembro, será exibido o vídeo “Restauro Magic Square”, que acompanha as etapas de restauro da icônica obra de Hélio Oiticica, contendo depoimentos da equipe de conservação de Inhotim.
Já no dia 28 novembro, acontecerá o show de lançamento do álbum “Besta Fera”, de Jards Macalé, exibido com exclusividade nos canais do Inhotim. No show, Macalé irá homenagear o amigo Hélio Oiticica, apresentando algumas de suas músicas favoritas.
Para acessar a programação completa, clique aqui.
Para mais informações, clique no site do Inhotim ou ligue para a central de atendimento: (31) 3571-9700.