Por Larissa Gomes, jornalista
Chefe de reportagem: Juliana Monaco, jornalista
Diretora de jornalismo: Letícia Fagundes, jornalista

O universo do futebol, tradicionalmente dominado por homens, está testemunhando uma transformação marcante à medida que mulheres ocupam espaços importantes no cenário esportivo

Esta semana, um acontecimento notável ganhou destaque: a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, optou por conceder entrevistas exclusivamente para jornalistas mulheres. Uma iniciativa que, sem dúvida, ecoa a importância de promover a participação feminina em todas as áreas do esporte.

Leila Pereira, além de liderar um dos clubes mais prestigiados do Brasil e a única mulher a presidir um clube das séries A, B e C, abriu um precedente valioso ao reconhecer e valorizar o papel das jornalistas mulheres na cobertura esportiva. Esta ação não só destaca a competência profissional dessas mulheres, mas também reforça a necessidade de criar oportunidades igualitárias para que suas vozes ressoem no universo do futebol.

“O que eu digo pra esses homens: não sejam histéricos. Não falam isso da gente? Não somos histéricas. Queria que esse nosso encontro simbolizasse para os homens, que eles sintam em uma hora o que nós mulheres sentimos desde que nascemos. Que eles sintam, que a sociedade foque nisso, que nós mulheres não queremos nenhum privilégio, só queremos a oportunidade de mostrarmos que somos competentes, que queremos espaço nesse mundo do futebol que é tão masculino”, disse a dirigente do Palmeiras. 

Outro destaque no mundo do futebol feminino é a recente imortalização da Rainha Marta pela FIFA. A atacante brasileira, cujo talento transcende gerações, agora é reconhecida como uma das grandes lendas do esporte. A premiação “Rainha Marta” não é apenas uma conquista à habilidade técnica inigualável de Marta, mas também uma celebração da perseverança e da inspiração que ela representa para jovens atletas em todo o mundo.

“O que buscamos diariamente é fazer com que o mundo seja melhor para todas as pessoas, sem distinção, com igualdade e respeito. Deixo aqui essa mensagem para todas as pessoas que têm esse poder de transmitir essa mensagem através de suas atuações, que o façam. Porque as próximas gerações vão agradecer”, disse Marta em seu discurso.

Rainha Marta 

Marta Vieira da Silva, conhecida simplesmente como Marta, nasceu em Dois Riachos, Alagoas, em 19 de fevereiro de 1986. Desde cedo, demonstrou uma paixão avassaladora pelo futebol, jogando nas ruas de sua cidade natal.

A trajetória de Marta no futebol começou a ganhar destaque em solo brasileiro, e logo ela se destacou como uma atacante habilidosa e artilheira nata. Sua jornada internacional começou em 2004, quando, aos 18 anos, participou da Copa do Mundo Feminina da FIFA. Marta rapidamente conquistou o cenário mundial ao receber a Chuteira de Ouro, prêmio dado à melhor artilheira do torneio.

Ao longo dos anos, Marta consolidou seu status como uma das maiores jogadoras de futebol feminino de todos os tempos. Com habilidade técnica incomparável, velocidade e visão de jogo, ela se tornou sinônimo de excelência no esporte. Ao longo de sua carreira, Marta foi agraciada com inúmeros prêmios individuais, incluindo seis vezes o título de Melhor Jogadora do Mundo pela FIFA.

Para além das conquistas individuais, Marta liderou a Seleção Brasileira Feminina em várias edições das Olimpíadas e Copas do Mundo. Seu comprometimento com o desenvolvimento do futebol feminino e sua luta pela igualdade de gênero dentro e fora dos campos a transformaram em uma verdadeira inspiração para atletas em todo o mundo.

O futebol, como um reflexo da sociedade, precisa evoluir constantemente para abraçar a diversidade e a igualdade de gênero. Celebrar as conquistas de mulheres no esporte não apenas as coloca no centro do palco, mas também inspira futuras gerações a acreditar que não há limites para o que podem alcançar.

Enquanto aplaudimos a iniciativa de Leila Pereira e celebramos a imortalização de Marta, também reconhecemos que há muito mais histórias para contar e vozes para serem ouvidas. A ascensão das mulheres no futebol não é apenas uma questão de talento, mas uma progressão natural para um futuro mais inclusivo e equitativo no mundo esportivo.

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