Por Mariana Mendes, Jornalista –SP
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Chefe de reportagem: Juliana Monaco, Jornalista 
Diretora de jornalismo: Letícia Fagundes, Jornalista

Domingos e quarta-feiras são sinônimos de futebol para muitos brasileiros. O futebol é o esporte de maior expressão nacional, tão intrínseco na cultura do país, que recebe um dia especial para ser comemorado, o dia 19 de julho. A bola, o gramado, o fervor da torcida nos estádios, a idolatria aos jogadores. Mesmo que você não goste ou não tenha proximidade com o futebol, reconhece essas cenas no âmbito cultural do Brasil.

O esporte chegou ao território com o paulista Charles Miller, que viajou para a Inglaterra em 1885 e trouxe consigo duas bolas de futebol. Já no começo, o futebol apresentava a divisão de classes na prática do esporte. Enquanto a aristocracia e os brancos jogavam bola sem problemas, o esporte era proibido para negros e crescia cada vez mais o futebol de várzea.

Quem começou a mudança no cenário esporte no país foi o clube Vasco da Gama. A presidência do cruzmaltino assinou em 1924 um manifesto de recusa a participar da divisão principal do Rio de Janeiro se não houvesse a inclusão dos seus jogadores negros.

Assim, a profissionalização do esporte veio com o plano de governo de Getúlio Vargas. O modelo centralizador do governo incentivou o investimento no esporte e, na década de 30, os clubes começaram a pagar gratificações monetárias aos jogadores e incluir outros profissionais, como médicos, preparadores físicos e treinadores.

Na década de 40, o Brasil viu a legislação do futebol, e nos anos seguintes, a construção do Maracanã e a primeira conquista da Copa do Mundo. O brilhantismo e habilidade com a bola foi ganhando espaço no Brasil e chamando atenção do mundo para o futebol brasileiro.

Entretanto, foi durante a profissionalização e crescimento do esporte no país que Getúlio Vargas decretou por lei a proibição da prática do futebol por mulheres. Por quatro décadas, as mulheres não poderiam jogar vários esportes, na justificativa de “esportes incompatíveis com as condições de sua natureza”. A revogação da lei veio apenas em 1979, mas o futebol feminino foi regulamentado somente quatro anos depois.

Além disso, na década de 80, negócios em relação a transmissão televisivas e fortalecimento de patrocínios e marketing dentro das empresas de futebol, encaminhou a mudança do futebol como algo amador para um produto de mercado.

Apesar de toda a paixão pelo esporte, o Brasil não está em primeiro lugar na lista de entusiastas do futebol. Segundo pesquisa da Nielsen Sports, 60% dos brasileiros se consideram amantes do futebol, colocando países como Emirados Árabes, Tailândia e Chile como os três primeiros em nível de interesse no esporte.

Além disso, com o crescimento de serviços de streaming esportivo e inserção de outros esportes na programação brasileira, modalidades como futebol americano ganham popularidade no país.

Mesmo assim, o futebol continua sendo um grande produto nacional e segundo pesquisa realizada pela companhia AdColony e divulgada pela Adsmovil, o esporte é um dos mais esperados pelos espectadores das Olimpíadas de Tóquio 2020. O levantamento mostra que 72% das pessoas têm intenção de ver o futebol, acompanhado pela ginástica (68%) e vôlei (64%).