Dezembro Vermelho: conscientização no combate à AIDS e às ISTs no Brasil
Com uma estimativa de 990 mil pessoas vivendo com AIDS no Brasil e mais de 51 mil novos casos até o ano passado, segundo relatório da UNAIDS, o programa conjunto das Nações Unidas (ONU) para coordenar uma resposta global à epidemia de HIV/AIDS, faz-se urgente a promoção do acesso universal à prevenção, diagnóstico e tratamento do HIV, bem como a redução do estigma e discriminação relacionados ao HIV.
A mobilização se concentra nas ações do Dia Mundial de Luta contra a Aids (1o de dezembro) e do Dezembro Vermelho, campanha nacional de prevenção ao HIV/Aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
“É crucial que todos os profissionais de saúde e a sociedade participem na promoção da prevenção, assistência e proteção dos direitos das pessoas infectadas com o HIV, além de conscientizar a população sobre as ISTs”, destaca o Dr. Ivan Marinho, infectologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
Embora o país ofereça tratamento gratuito para o HIV/AIDS desde 1996 e tenha um dos maiores e mais bem-sucedidos programas de tratamento de AIDS do mundo, desafios como a prevenção e conscientização ainda necessitam de mais atenção para o desenvolvimento de estratégias.
“Temos avanços significativos na luta contra o HIV/AIDS e é fundamental continuar enfrentando esses desafios para reduzir a incidência do vírus e promover práticas de prevenção eficazes. A conscientização, a educação e o apoio contínuo são essenciais para superar esses desafios e avançar na resposta ao HIV e outras ISTs, principalmente em relação às populações mais jovens”, aponta o Dr. Marinho.
A Aids é uma doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), que ataca o sistema imunológico. Já as ISTs são as doenças causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos, transmitidas principalmente por meio da relação íntima sem o uso de proteção. O uso do preservativo em todas as relações é o método mais eficaz para evitar a transmissão das ISTs, do HIV/Aids e das hepatites virais B e C.
No Brasil, o tratamento para o HIV é gratuito e distribuído pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 1996, e existem 22 medicamentos antirretrovirais disponíveis. A adesão ao tratamento é um dos maiores desafios da atenção às pessoas vivendo com HIV/AIDS, uma vez que demanda mudanças comportamentais, dietéticas e o uso de diversos medicamentos por toda a vida.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas em 2021, aproximadamente 650 mil pessoas morreram de causas relacionadas ao HIV, e 1,5 milhão adquiriram o vírus. Isso equivale a mais de 4 mil novos casos todos os dias.
No final de 2021, estimava-se que cerca de 38,4 milhões de pessoas viviam com o HIV no mundo. Entre elas, 1,7 milhão são crianças com menos de 15 anos de idade. Dois terços do total (25,6 milhões) de pessoas que vivem com o HIV residem em países da África.
O Brasil atingiu apenas 1 das 3 metas globais propostas pelo UNAIDS para que a AIDS deixe de ser uma ameaça à saúde pública até 2030. Até o momento, 88% dos 990 mil brasileiros vivendo com HIV no país conhecem seu diagnóstico. Desses, 83% estão em tratamento e, entre eles, 95% estão com a carga viral suprimida. A meta do UNAIDS é de 95% para cada uma das situações até 2025. Em 2022, o país registrou 51 mil novos casos de HIV e 13 mil mortes.