Desigualdade de gênero na Copa do Mundo feminina
Repórter de São Paulo -Mirian Romão
Pela primeira vez foi feita a transmissão da Copa do Mundo Feminina, e podemos ver várias jogadoras fazendo protestos por valorização do esporte feminino, desigualdade de gênero e salarial. Neste ano o Brasil começou a romper preconceitos e mostrou que o futebol feminino é uma grande referência para todas as mulheres. Pela primeira vez, as jogadoras do futebol feminino receberam o maior impulso de sua história. Por mais que o Brasil tenha perdido para a França no campo, o futebol feminino brasileiro ganhou muito, quebramos paradigmas e mostramos a luta constante pela igualdade.
Foram várias mulheres nas redes sociais apoiando umas às outras, mostrando que o esporte feminino precisa de valorização e investimento. A falta de cobertura da mídia, a escassez dos investimentos ao futebol e a falta de apoio para as jogadoras, fazem com que a prática do esporte profissionalmente vire um empecilho, e consequentemente os eventos rendem menos. Por exemplo, o prêmio geral para a copa do mundo masculina em 2018, foi de US$400 milhões, já o prêmio para a copa feminina em 2019, foi de US$30 milhões, de acordo com o portal de notícia Politize.
A UN Women, entidade das Nações Unidas destinada a promover o empoderamento da mulher e igualdade de gênero, publicou neste ano uma comparação envolvendo o salário do jogador Lionel Messi (US$84 milhões), que equivale a quase o dobro dos salários combinados de 1963 jogadoras das sete principais ligas femininas (US$42.6 milhões). De fato, a falta de investimento faz com que muitas mulheres deixem de lado esse sonho de ser jogadora de futebol profissional, porém essa realidade pode estar prestes a mudar, se continuarmos alimentando a audiência e apoiando o esporte feminino. Pela primeira vez vimos atletas fazendo propaganda para empresas renomadas. Para a jogadora e responsável pelo time Feminino Apache, Maria Amorim, as jogadoras têm que ser apoiar mais e acreditar no esporte. “Em primeiro lugar nós, que estamos dentro da modalidade, temos que nos valorizar, comprar o nosso ‘produto’. Assistir jogos femininos, ir aos estádios (independente de ser time do coração ou não).
Colocar na emissora que estiver transmitido (mesmo que não tenha tempo pra assistir) entre outras coisas, e só assim muitos vão ver que o Futebol Feminino é “vendável”. Precisamos que nos dêem mais credibilidade, alguém precisa acreditar na modalidade”. As mulheres estão cada vez mais conquistando espaço e buscando eliminar a desigualdade social e salarial. “Ser mulher no futebol, é uma Luta diária, é quebrar paradigmas, preconceitos e conquistar um espaço que também é nosso, mais visto por muitos que seria um lugar somente para homens.
É ter muito amor pelo futebol feminino”, declarou a jogadora Maria Amorim. A jogadora levantou uma questão interessante referente a divulgação e transmissão da Copa do Mundo Feminina, será que toda essa repercussão será feita somente de 4 em 4 anos? Não é só na copa que as mulheres precisam de apoio, podemos contribuir com o futebol feminino de diversas formas, como por exemplo assistindo aos jogos. “Que possamos manter o futebol feminino firme e forte,que possa fazer parte da rotina dos finais de semana dos brasileiros, assim como o futebol Masculino. Que as atletas sejam valorizadas pelas equipes profissionais, que tenham igualdade de salário e por que não?” finaliza a jogadora Maria Amorim.