Por Mirian Romão-São Paulo
Coronavírus ressalta a desigualdade social no Brasil
A crise causada pelo coronavírus está mudando o país, aprendemos a usar máscaras na rua, a levar álcool gel na bolsa e até mesmo a ter aulas a distância no ensino fundamental e médio.
Muitas crianças de ensino público estão sofrendo e talvez perdendo o ano letivo por conta da desigualdade social.
Segunda o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, o Brasil tem cerca de 4,8 milhões de crianças e adolescentes na faixa de 9 a 17 anos, que não possuem acesso à internet em casa. Correspondendo a 17% de todos os brasileiros nessa faixa etária.
A desigualdade é maior em áreas rurais, onde a porcentagem daqueles que não acessam a rede chega a 25%. Nas regiões Norte e Nordeste a porcentagem é de 21%.
Sem contar aqueles que não podem ficar sem trabalhar, mas que foram forçados por conta do isolamento social. O auxílio emergencial de R$600 elaborado pelo governo, não está dando conta de atender a todas as famílias.
Pernambuco registrou 14.309 casos e 1.571 mortes pela doença até terça-feira (13), segundo o infectologista Luiz Cláudio Arraes, o isolamento social deveria chegar a 70%, mas por conta da desigualdade social isso se torna o maior desafio, conforme reportagem do G1.
De acordo com as Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Brasil é o sétimo país do mundo com maior desigualdade social, apesar do índice de Desenvolvimento Humano (IDH) ser relativamente alto.
A geógrafa Luiza Losco, em entrevista para a BBC, diz que “o maior problema para o controle da covid-19 no Brasil, são as profundas desigualdades regionais, encontradas na extensão territorial do país”.
O Brasil está em quarto lugar com o maior número de casos de coronavírus no mundo, são 245.595 casos confirmados da covid-19, com 16 mil mortes, de acordo com os dados do Google News.