Por Mirian Romão- São Paulo
 
 
Em 03 de maio comemoramos o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, uma data que comemora também a liberdade de expressão. Contudo, jornalistas estão sendo agredidos no Brasil em meio a pandemia. 
O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa foi criado em 1993, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), nenhuma democracia está completa sem o acesso a informação transparente e de confiança. 
A data representa todos que defendem os direitos dos jornalistas, que com muito trabalho ajudam a informar e construir um mundo com acesso à informação livre. 
 Entretanto, nesse mês em que se comemora a liberdade de imprensa,  jornalistas e profissionais de comunicação foram agredidos fisicamente e verbalmente por estarem trabalhando durante as manifestações que estavam acontecendo pró ao governo.
Os jornalistas estão na linha de frente lutando para informar sobre os acontecimentos no país, os veículos de comunicação e os profissionais estão agredidos e acusados como “inimigos do Brasil”, segundo informações divulgadas pelo Fantástico. 
Contudo, em 03 de maio de 2020, no dia Mundial da Liberdade de Imprensa, o fotógrafo do Estadão e o motorista de sua equipe sofreram violência física e verbal, que depois se estendeu para o repórter da Folha de São Paulo, segundo o G1
A ministra Cármen Lúcia do Supremo Tribunal Federal, em nota a imprensa diz que “É inaceitável, é inexplicável que, no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, ainda tenhamos cidadãos que não entenderam que o papel da imprensa é que permite a nós sermos livres, e que garante a liberdade de expressão, sem a qual não há dignidade. Não há dignidade sem liberdade. E não há liberdade sem sermos informados sobre o que acontece. Esse é um papel que a imprensa cumpre superiormente, por ser seu dever e por garantir a liberdade de cada um de nós”. 
De acordo com a Organização das Nações Unidas, quase 100 jornalistas foram mortos em 2018. A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) apontou que o número de casos de violência contra veículos de comunicação e jornalistas subiram 54,07% de 2018 para 2019.
A violência contra os jornalistas e a imprensa, colocou o Brasil na 102º posição entre 180 países no ranking mundial que avalia a liberdade de imprensa, aponta o relatório da FENAJ. 
Emmanuel Colomblé, diretor da ONG internacional Repórteres Sem Fronteiras (RSF) para a América Latina, em reportagem para a Folha de São Paulo, afirma que existem dois motivos para as ameaças contra os jornalistas: primeiro, a concentração da propriedade dos meios de comunicação e segundo, a falta de amparo do poder público aos profissionais, o que acarreta o aumento dos casos de violência.
Para finalizar, o relatório da FENAJ afirma que os políticos são os principais autores de ataques à imprensa. Eles foram responsáveis por 144 ocorrências (69,23% do total) em 2019, a maioria delas tentativas de “descredibilização” da imprensa (114), mas há também 30 casos de agressões diretas, conforme reportou o G1.