Já passou da época em que o futebol era considerado só para homens, se antigamente era difícil para uma mulher praticar o esporte, imagina para aquelas que queriam narrar uma partida. O jornalismo esportivo era um tabu, comentavam ser coisa de homem.

Finalmente, podemos dizer o quanto foi difícil, mas estamos conseguindo, mulheres jornalistas narrando partidas de futebol e até de copa do mundo. Narrar é a arte de transmitir a emoção do jogo para os torcedores, conhecer o time que está jogando e transformar a partida. Tanto para quem joga, quanto para quem assiste à partida de futebol, a emoção está ali no campo, basta o narrador transmitir, o que de fato deixa a partida bem mais emocionante.

A Copa do Mundo Rússia, em 2018, estreou a narradora Isabelly Morais, 20 anos, e outras duas jogadoras, a mineira se tornou a primeira mulher a narrar uma partida de Copa do Mundo na TV brasileira. É importante ressaltar que o jornalismo esportivo para as mulheres, esta engatinhando, muitos ainda pensam que narração não é para mulher, mas esta profissão é para aqueles que gostam tanto do esporte, quanto de ser locutor.

Como muitas mulheres, Isabelly já passou por machismo principalmente na profissão, que está agregando mais mulheres somente agora. “O conselho que deixo é de não desistir, quanto mais mulheres a gente tem no jornalismo esportivo, mais referência nós vamos criar, mais inspirações e precisamos disso, precisamos de referências, que a nova geração possa olhar para nós e que elas sejam inspiradas, que elas olhem para a gente como uma referência”, comenta Isabelly.

De fato precisamos de mais mulheres como referência em diversas profissões, não só no jornalismo esportivo. Por incrível que pareça, em 1941, o Conselho Nacional de Desportos decretou que alguns esportes não eram compatíveis com as mulheres, pois era preciso preservar a saúde reprodutiva das mulheres. Em 14 de abril de 1941, pelo Decreto-Lei 3199 imposto durante o governo de Getúlio Vargas, proibiu as mulheres de jogar futebol, somente em 1979 que foi possível forma um time feminino legalmente, há 40 anos lutamos por espaço e igualdade social no futebol.

Podemos contar cada conquista e batalha constantes das mulheres. Isabelly pode contar a sua grande conquista como narradora e espera que isso possa mudar quanto antes, que seja um espaço mais aberto “as mulheres, as jornalistas de décadas atrás, não tinham o mesmo cenario que tenho hoje, e espero que as jornalistas de amanhã, não tenha o mesmo cenário que tenho hoje. Eu espero que o casamento ‘jornalismo, futebol e mulheres’ seja muito mais harmonioso daqui pra frente” finaliza Isabelly.