Repórter Luiza Pinheiro- São Paulo
Ano de Olimpíada, 2020 promete fortes emoções nas questões esportivas. Não é segredo nenhum que esse tipo de evento mexe com as pessoas de uma forma única. Até mesmo quem diz não se interessar por determinada atividade ou não entender as regras de uma modalidade específica acaba se surpreendendo e se vê de frente para a televisão vibrando e torcendo pelo seu país e, às vezes, até por outro.

O rugby é um dos esportes das Olimpíadas 2020, que serão realizadas no Japão. Mesmo não sendo muito conhecido e difundido no Brasil, ele vem, aos poucos, alcançando mais e mais admiradores. Com isso, nossas equipes também vem ganhando força e investimento. As Yaras, como é conhecida a seleção feminina do Brasil, conseguiram sua vaga na disputa.

Já o time masculino não venceu o torneio que dava direito a um lugar direto para a competição deste ano e tentará em breve uma nova chance em um Pré-Olímpico Mundial, que ocorrerá meses antes dos Jogos. O rugby foi inserido nos Jogos Olímpicos em 1900, quando eles foram realizados em Paris. Depois disso, o esporte esteve no torneio em 1908 (Londres), 1920 (Antuérpia) e 1924, novamente em Paris. Naquela época, a disputa era realizada com o rugby XV, que utiliza 15 jogadores em cada time.

Após isso, o Comitê Olímpico Internacional retirou o esporte da competição. Foi só a partir dos jogos no Rio de Janeiro em 2016 que o rugby foi novamente inserido na competição, mas dessa vez a modalidade jogada é a Sevens.

Em 2020, o esporte vai continuar sendo disputado. A partida é dividida em dois tempos de sete minutos cada uma. Havendo empate, há uma prorrogação com dois tempos de cinco minutos. Em campo são sete jogadores e no banco podem haver até cinco reservas. São permitidas no máximo três substituições. Há diversas formas de se pontuar.

Cada ação tem uma pontuação diferente. O try vale cinco pontos e é a principal dessa modalidade. Ele acontece quando o jogador ultrapassa a linha de fundo do time adversário e apoia a bola no chão depois desse limite. Para o ponto ser validado é preciso que haja um contato voluntário entre o atleta, a bola e o solo. A marcação do try proporciona ao time que pontuou o direito de realizar um chute, no qual a bola deve passar entre os postes do campo adversário.

A conversão proporciona à equipe mais dois pontos. Já o penal vale três pontos. Isto é quando um dos times comete uma penalidade e o jogador pode chutar a bola para os postes da outra equipe. Há ainda o drop goal, que é quando o atleta chuta a bola para os postes do time adversário em movimento de “bate pronto”. No Brasil, o maior órgão relacionado a esse esporte é a Confederação Brasileira de Rugby, fundada em 2010. Ela é filiada ao World Rugby, a federação internacional, e ao Comitê Olímpico Brasileiro.

As mulheres do rugby sevens garantiram sua classificação para as Olimpíadas ao vencer o Campeonato Sul-Americano de Lima em meados de 2019. A equipe ganhou da Colômbia na final por 28 a 15, depois de ter feito uma campanha muito boa e ter tido vitórias com larga vantagem sobre as seleções da Venezuela, Guatemala, Paraguai e Peru na fase de grupos. Além dessa competição, a seleção conseguiu mais um título em 2019, a etapa de Hong Kong do Womens Sevens World Series, e vai se mostrando como uma grande potência do esporte. No Sul-Americano masculino, disputado em Santiago, no Chile, o Brasil chegou perto, mas foi vencido pela Argentina na final e se sagrou vice-campeão.

No entanto, nessa competição apenas o primeiro lugar teria sua vaga garantida nas Olimpíadas. Mesmo assim, ainda há chance de a seleção conseguir se classificar em um Pré-Olímpico que acontecerá alguns meses antes do torneio.

No Pan-Americano de Lima em 2019, tanto a seleção masculina como o time feminino chegaram à semifinal. No entanto, as duas foram paradas nessa etapa e ficaram em quarto lugar. Elas perderam, respectivamente, para Estados Unidos e Colômbia. À frente da equipe feminina está o neozelandês Reuben Samuel e como treinador da equipe masculina, o ex-jogador Fernando Portugal.

O rugby veio para ficar nas Olimpíadas e o Brasil vem se mostrando com um crescimento de desempenho gradual, tanto no feminino como no masculino. Só resta aos brasileiros agora torcer pelas grandes competições e apoiar nossas equipes.