A TV Mulheres Jornalistas investigou e apurou, com base em relatos e fontes locais, o que de fato está acontecendo no Rio Grande do Sul, um ano após as enchentes que marcaram a história do estado.

Apesar da narrativa promovida por parte da mídia tradicional, que insiste em falar em “reconstrução”, a realidade da maioria dos gaúchos é bem diferente. Centenas de pessoas em situação de vulnerabilidade seguem sem conseguir retornar às suas casas. Pequenos comércios, essenciais para a economia de bairro, continuam fechados ou destruídos, sem apoio suficiente para recomeçar.

Mais grave ainda é o impacto psicológico. O medo persiste. A insegurança diante das mudanças climáticas, somada à ausência de políticas públicas eficazes, deixou marcas profundas. Crianças, mulheres e idosos enfrentam níveis elevados de estresse, ansiedade e instabilidade emocional, refletindo um trauma coletivo que ainda está longe de ser superado.

A investigação mostra que, longe dos discursos oficiais e das imagens de obras pontuais, o que se vê é uma população em estado de resistência — não de reconstrução. A solidariedade entre vizinhos e ações voluntárias têm sido a principal força de sustentação para muitos, em contraste com a lentidão ou ineficiência do poder público.

Enquanto a mídia foca em casos isolados de superação, ignora-se a estrutura de desigualdade que impede grande parte da população de reerguer suas vidas. A TV Mulheres Jornalistas se propôs a dar voz a essa realidade encoberta, trazendo à tona os fatos por trás do discurso.

A reportagem é de Michelle Garcia, com direção da jornalista Letícia Fagundes e edição de Vinícius Rodrigues.

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