Por Mariana Mendes, Jornalista -SP 
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Editora Chefe: Letícia Fagundes 

Após tentativa de boicote pela Seleção Brasileira, a competição está programada para começar neste domingo

Começa neste domingo (13), a Copa América 2021, a principal competição entre as seleções de futebol da Conmebol. O torneio conta com os times de Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai no Grupo A; Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela no Grupo B. A Seleção Brasileira estreia no domingo contra a Venezuela.

O evento ficará marcado pelos problemas externos da organização e internos da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A Copa América estava prevista para acontecer em 2020 na Colômbia e Argentina. Com o avanço da covid-19 no país, o governo colombiano decidiu abdicar do evento. Não muito tempo depois, a Argentina também renunciou por conta do regime geral de quarentena do país.

Assim, a Conmebol se virou para o Brasil, que aceitou realizar o evento. Essa será a primeira vez na história da competição que um país realiza duas edições consecutivas – a Copa América de 2019 também teve palco o território brasileiro.

A aprovação do governo federal brasileiro em sediar a Copa América não foi aceita por todos. Isso porque os países que seriam sede cancelaram devido o aumento de casos de covid-19, problema que ainda assola o Brasil e marcou média de 2 mil mortos na semana do comunicado.

No dia 6 de junho, houve protestos em Brasília pedindo o cancelamento da edição no país. Manifestantes se reuniram no Eixo Monumental, com carros de som e faixas protestando contra a Copa América. Uma das faixas dizia: “Não queremos copa, queremos vacina.”

Jogadores e comissão técnica da Seleção Brasileira também não aceitaram bem a decisão de Jair Bolsonaro. Em entrevista coletiva na última quinta-feira, antes dos jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo 2022, Tite expressou: “Temos uma opinião muito clara e fomos lealmente, numa sequência cronológica, eu e Juninho, externando ao presidente qual é a nossa opinião. Depois, pedimos aos atletas para focarem apenas no jogo contra o Equador. Na sequência, solicitaram uma conversa direta ao presidente. Foi uma conversa muito clara, direta. A partir daí, a posição dos atletas também ficou clara.”

Os atletas não conversaram com jornalistas e cogitaram um boicote à realização dos jogos, que não foi para frente. Apesar de um manifesto ser publicado na noite da terça-feira (8), prêmios e contratos inibiram a ação.

O texto dizia: “Por diversas razões, sejam elas humanitárias ou de cunho profissional, estamos insatisfeitos com a condução da Copa América pela Conmebol, fosse ela sediada tardiamente no Chile ou mesmo no Brasil.”

Com o fim do boicote pelos jogadores e comissão técnica, Tite anunciou os convocados para a competição. Muitos já estavam realizando trabalhos com o treinador nas eliminatórias. São 24 atletas, incluindo apenas três que atuam no Brasil: Weverton, do Palmeiras, e Éverton Ribeiro e Gabigol, do Flamengo.

Apesar do evento ter sinal verde das instituições envolvidas, a Mastercard retirou seu patrocínio da Copa América. Em nota encaminhada para Reuters, a empresa decidiu retirar temporariamente a associação com a competição. A Ambev também optou por não exibir suas marcas no torneio.