por Letícia Fagundes, Jornalista

Quem recebeu a medalha de bronze para o Brasil, na noite desta segunda-feira (26), foi àquele que treinou num açude e improvisou a academia com o que tinha, o nadador Fernando Scheffer, 23 anos. Na transmissão podíamos ver claramente atletas mais altos e ágeis na água, com a dupla britânica, Tom Dean e Duncan Scott. Mas nada disso abalou ou diminuiu o brasileiro que nadou os 200 metros livres, na raia oito, em 1min44s66.

A Grã-Bretanha completou o pódio com dobradinha, Tom Dean ficou com o ouro onde completou a prova em 1min44s22 e Duncan Scott com a prata, com 1min44s26. Ficando o placar:

• Ouro – Tom Dean (Grã-Bretanha) – 1min44s22
• Prata – Duncan Scott (Grã-Bretanha) – 1min44s26
• Bronze – Fernando Scheffer (Brasil) – 1min44s66

O brasileiro competiu lado a lado, na raia 7, com o coreano Sunwoo Hwang que liderou boa parte da prova, se mantendo o tempo todo na disputa pelo pódio, mas a medalha foi conquistada na batida, com uma diferença de dois centésimos de segundo de vantagem para o romeno de 16 anos, David Popovic. O mais novo dono da medalha de bronze do Brasil, garantiu seu lugar no pódio depois de uma luta acirrada e um treinamento diferenciado.

Treinamento no açude

Após o clube de treinamento ter que fechar as portas, por conta da pandemia em 2020. O gaúcho, nascido na cidade de Canoas, conseguiu bater o recorde sul-americano na categoria, mas devido a muito esforço e comprometimento.

Em entrevista ao jornalista Paulo Roberto Conde, do site ge.globo, Fernando destacou a luta dos brasileiros nos treinos, antes da medalha. “Meu sonho de criança era entrar para um time olímpico. Vai ser uma Olimpíada diferente de todas as outras, de muita incerteza, porque nunca se sabe nem o dia de amanhã depois de tudo o que passamos em 2020. Mas o brasileiro é um povo bom de passar por perrengues. Um povo que passa por tantos que quando chega a hora de cair na água parece fichinha. Vamos olhar para os gringos e falar: “esse cara não passou pelo que eu passei” –