Rugby destaca papel da mulher em iniciativa mundial
Por Adriana Buarque, jornalista
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Brasileira é agraciada com bolsa de estudos para lideranças femininas
O extenso currículo demonstra excelência. Campeã com a Seleção Brasileira Feminina de Rugby como atleta, treinadora, gestora na área de desenvolvimento da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) e integrante da Comissão de Atletas da Comitê Olímpico do Brasil, Beatriz “Baby” Futuro foi a brasileira nomeada pela World Rugby como a beneficiária da bolsa da entidade para lideranças femininas pelo período de 2023-24.
A Bolsa Women in Rugby Leadership Programme é uma importante iniciativa que fomenta a consolidação de lideranças femininas para o esporte. O programa oferece às bolsistas a oportunidade de participar de uma série de workshops exclusivos, bem como mentorias de líderes de negócios e esportistas de elite.
Trajetória impulsiona escolha
Baby começou a treinar aos 13 anos por influência da irmã. Conciliando diversas atividades, a jogadora comemora ao dizer que o dia a dia é dinâmico por gostar do que faz, não sendo um peso no final. Sobre a bolsa concedida pela World Rugby, a gestora afirma que já havia pleiteado a chance anteriormente. “A iniciativa fomenta a participação feminina ao redor do mundo”, comenta a treinadora.
Segundo ela, no Brasil é possível acompanhar a atuação do esporte em diversas partes do país. “Desta forma, é possível verificar os pontos em que o rugby pode ser desenvolvido, bem como suprir as deficiências onde elas aparecem”, completa. A prática exige conhecimento técnico e é extremamente competitiva: requer paixão, espírito de equipe e boa disposição, bem como é uma modalidade que exige força, velocidade, resistência e potência.
O rugby desperta preconceito como toda atividade desportiva em que a presença masculina está saturada. “Muita gente acredita que por ser um esporte de contato ele é brutalizado”, acrescenta, “mas existe um sistema de valores e conduta sobre o qual o atleta está apoiado”. Dentro da equipe deve existir camaradagem, pois cada pessoa funciona como uma engrenagem dentro de uma máquina.
E quanto à inclusão social? “Digo para as mulheres experimentarem praticar”, diz Baby. “Com o corpo elas podem fazer o que quiser: ficar forte, engordar, emagrecer e até ter um filho, não havendo assim limitações”, discorre. Quando o assunto é a inclusão social, o esporte se mostra democrático e acessível a todas as pessoas, e cada vez mais as mulheres vêm conquistando espaço.
Vários biotipos são agregados, pois precisa de diferentes capacidades antropométricas e físicas para cada uma das posições. Uma grande vantagem do rugby é ser um dos poucos esportes que chega a desenvolver todos os músculos do corpo através da diversidade de movimentos efetuados durante o jogo.
Ações afirmativas favorecem crescimento do esporte
As bolsas para liderança estão entre as ações afirmativas do World Rugby para o desenvolvimento do rugby feminino. A entidade e seus parceiros internacionais têm se posicionado de modo decisivo com ações que visam o empoderamento da categoria.
Lançado em 2017, o plano estratégico global do World Rugby para desenvolvimento do rugby feminino tem com o objetivo aumentar o número de jogadoras e o nível competitivo do esporte em todo o mundo. O rugby é atualmente jogado em mais de 150 nações do mundo, sendo que Austrália, Nova Zelândia e Inglaterra são alguns dos países que mais praticam o esporte, também realizado na África, França, Itália, Ilhas Fiji, entre outros.
A Copa do Mundo de Rugby Feminino é a competição mais importante entre as mulheres: acontece a cada 4 anos, sendo o terceiro maior evento esportivo do mundo e é organizado pela World Rugby regularmente desde a sua primeira edição, em 1991. Considerado dinâmico e coletivo, é diferente de qualquer outro no gênero, além de ser também o segundo desporto em grupo mais praticado no planeta, logo atrás do futebol.