Não é de agora a luta de mulheres que são criminalizadas em hospitais, muitas delas por médicos com seus privilégios, alegando crime em abortos que a mulher decide escolher o que fará com seu próprio corpo.

Um retrocesso para mulheres pobres e em vulnerabilidade. Muitas sem condições psicológicas e financeiras são pisoteadas por uma sociedade que utiliza até mesmo o nome de Deus para propagar culpas.

Escolher o que fará com seu próprio corpo. Escolher sem culpa colocada por uma política recheada de homens, estes que, em sua maioria, abortam muito antes, abandonando mulheres com filhos.

A escolha do voto SIM da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, que votou nesta sexta-feira (22) a favor da descriminalização do aborto até a 12ª semana de gravidez é um grande avanço, sendo ela mulher.

Em seu voto, Rosa Weber entendeu que os artigos 124 e 126 do Código Penal de 1940, que criminalizaram o aborto, não foram recepcionados pela Constituição de 1988.

“A dignidade da pessoa humana, a autodeterminação pessoal, a liberdade, a intimidade, os direitos reprodutivos e a igualdade como reconhecimento, transcorridas as sete décadas, impõem-se como parâmetros normativos de controle da validade constitucional da resposta estatal penal”, afirmou Weber.