Quem é que guarda dinheiro no Brasil?
Por Letícia Fagundes, jornalista
Então chegou o final do mês e você percebe que aquele vídeo que olhou na internet, sobre colocar parte do seu salário em algum investimento, não serve para você.
Você se decepciona! Você entra em uma crise porque deu para pagar suas contas e lá se foi o mês suado em pagamento de boleto.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE), o Brasil possui 70 milhões de indivíduos pobres. E não estou falando de você, que não está decepcionado porque a menina do vídeo, de dentro de uma BMW, mandou você investir num curso de “como ficar rico”. Estamos falando de uma pesquisa de gente que mal tem para comer.
É afrontoso e um tanto cômico alguém milionário vendendo curso. Se é milionário, por que quer faturar com cursos de “como ficar rico investindo a partir de 59,90”?
Não fecha a conta!
Quem guarda dinheiro no Brasil? Já te ensinaram a ficar rico antes dos 30? Como é a vida de quem equilibra os pires, com um salário que beira menos de 600 reais, para toda família se sustentar?
A pesquisa traz um dado alarmante. Das 27 Unidades da Federação (UFs) brasileiras, nove delas têm a maior parte da população composta por pessoas em situação de pobreza, a saber, Maranhão (58,9%), Amazonas (56,7%), Alagoas (56,2%), Paraíba (54,6%), Ceará (53,4%), Pernambuco (53,2%), Acre (52,9%), Bahia (51,6%) e Piauí (50,4%).
Infelizmente, temos dados que mostram o que as redes sociais querem esconder: quase ninguém consegue juntar dinheiro que não seja para um lazer ou algo muito comum, qual todos estão acostumados, seja hospital ou alguma urgência.
A disseminação como uma população deve se comportar financeiramente, classificada em um nível de pobreza gigante, pode abalar a auto-estima de todos nós que somos pessoas comuns tentando organizar, honestamente, a vida.
As pessoas começam a fazer comparações, querendo trocar de carreira, emprego, como vivem, até diminuir a alimentação, que já não é lá estas coisas, e acabam gastando na saúde.
O brasileiro está mal alimentado, tem acessos pequenos à educação, segurança e ainda precisa pensar em guardar dinheiro?