Por Marcia Malaquias

Mulheres do samba” se reúnem em uma série de shows no Sesc Belenzinho, em São Paulo, durante os meses de novembro e dezembro

O “Projeto Samba Mulher – A Cadência e o Axé das Mulheres Sambistas”, em sua primeira edição, reúne nomes como Tassia Reis, Mart’nália e a percussionista Xeina Barros nas instalações do Sesc Belenzinho, em São Paulo.

É uma ótima oportunidade de conhecer de perto algumas das representantes femininas do samba em suas diferentes vertentes e com formatos plurais, que têm em comum o protagonismo das artistas que são sambistas ou que têm trabalhos musicais em diálogo com a estética do samba.

Além das artistas citadas, já estiveram se apresentando entre os dias 8 e 16 de novembro, iniciando a agenda de shows, Dona Micaela e Luciana Mello.

Um dos principais pilares e representações da música de ascendência afro no Brasil, o samba, em suas múltiplas vertentes, está sendo muito bem representado no projeto, que traz para as instalações do Sesc Belenzinho toda a representatividade feminina da mulher negra neste estilo tão genuinamente brasileiro.

Ayô Tupinambá – Samb’Ayô (com a participação especial de Camila Trindade) | Imagem: Site Sesc Belenzinho

Embora com uma predominância masculina, as mulheres sempre estiveram presentes na criação e execução do samba. Nomes como Jovelina Pérola Negra, Beth Carvalho, Leci Brandão, Tia Ciata, Maria Moura, Dona Zica, Dona Neuma, Tia Eulalia, Tia Glorinha, Tia Nilda, Alcione, entre outras, marcaram a história do samba desde sempre.

A origem

A origem do samba remonta os séculos 17 e 18, a partir da Modinha, um estilo de canção que se tornou, segundo o musicólogo e professor de História da Música, autor do livro “Modinhas do Brasil”, Edilson Vicente de Lima, o primeiro gênero de canção popular brasileira.

Segundo ele, isso ocorreu após a Modinha, que era uma canção cultivada tanto em Portugal quanto no Brasil, receber os toques afro-brasileiros na letra e melodia do poeta “mulato” e carioca Domingos Caldas Barbosa.

Cantora Luciana Mello. | Imagem: Sesc Belenzinho

A partir de então, sofreu influências italianas e africanas que originaram o Choro, o Maxixe e, mais tarde, pelas mãos da compositora e pianista Chiquinha Gonzaga, a Polca e o Lundu que, associados a letras mais facilmente cantáveis, adentrou os salões da elite sob o nome de “Tango Brasileiro”, devido a melhor aceitação da sociedade da época.

Em 1899, surge pelas mãos da compositora, o que viria a ser considerada oficialmente como a primeira marchinha de carnaval brasileira: “Ó Abre Alas”. O sucesso foi tanto que, mais de 30 anos depois, na chamada “Era do rádio”, era entoada nos programas de auditório de rádios como a Nacional do Rio de Janeiro.

Durante o século 19, o samba foi ganhando corpo e brasilidade e, na companhia dos Choro, adentrou, mais tarde, os lares por definitivo com o advento do rádio, dos bailes, do Carnaval de rua e depois, da televisão, se transformando no samba como conhecemos hoje.

Quer conhecer um pouco mais desses ritmos e suas vertentes? Confira o calendário completo de shows do Projeto Samba Mulher, clicando no link abaixo e reservando seus ingressos:

Projeto Samba Mulher – A Cadência e o Axé das Mulheres Sambistas  

SESC BELENZINHO
Rua Padre Adelino, 1000
Belenzinho – São Paulo (SP)
Tel.: (11) 2076-9700 | www.sescsp.org.br | @sescbelenzinho

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