Professora da UFRJ, Helena Judith Nussenzveig Lopes foi empossada no fim de janeiro com a responsabilidade de comandar o CIMPA, associação que trabalha para o fomento da pesquisa matemática em países em desenvolvimento; mandato vai até 2029

A matemática brasileira alcançou uma importante realização neste primeiro bimestre de 2025. Professora titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a carioca Helena Judith Nussenzveig Lopes foi eleita a nova Presidente do Centre International des Mathématiques Pures et Appliquées (CIMPA) para um mandato de quatro anos. A entidade, com sede em Nice, na França, oficializou a nova Comissão Executiva no último dia 30 de janeiro.

Na tradução literal, o Centro Internacional de Matemática Pura e Aplicada é uma organização sem fins lucrativos que trabalha para o desenvolvimento da pesquisa matemática em países em desenvolvimento. Trata-se de um centro da UNESCO de categoria 2, ou seja, são polos de expertise que prestam serviço à agência da Organização das Nações Unidas (ONU) e a todos os seus Estados membros.

Helena Judith Nussenzveig Lopes

O CIMPA trabalha em parceria com outras organizações com objetivos semelhantes, como a União Matemática Internacional (IMU), a Sociedade Europeia de Matemática (EMS) e o Centro Internacional de Física Teórica (ICTP). A entidade patrocina diversas atividades, com destaque para Escolas de Pesquisa, Cursos & Bolsas CIMPA, Pesquisa em Pares e acordos específicos.

Até janeiro de 2029, Helena terá o respaldo da Vice-Presidente Sophie Dabo-Niang, docente na Universidade de Lille, na França, do secretário Jorge Mozo-Fernandez, pesquisador e docente na Universidade de Valladolid, na Espanha, e do tesoureiro Joachim Yameogo, docente na Université Côte d’Azur, em Nice, na chamada Comissão Executiva do CIMPA.

A experiência da professora da UFRJ no CIMPA data de 2013, quando Helena assumiu a condição de membra do Conselho Científico da associação. A brasileira permaneceu na equipe até 2021 e aprova a experiência. “O CIMPA é um trabalho de serviço à comunidade. A missão do CIMPA é muito nobre: contribuir para desenvolver a matemática onde ela ainda não está bem desenvolvida”, avalia.

Em junho do ano passado, Helena foi eleita para o Conselho de Administração (“Governing Board”) após uma votação de todos os membros do CIMPA na Assembleia Geral. Na sequência, o recém empossado Conselho de Administração escolhe a composição da nova Comissão Executiva. Na visão de Helena, a matemática brasileira certamente ganhará visibilidade no cenário científico internacional e ela reforça a valorização da entidade à questão de gênero e outras minorias na sociedade.

“O CIMPA prioriza de modo muito sério a valorização da diversidade e inclusão. Ações específicas na direção de representatividade incluem exigir que cada Escola de Pesquisa tenha, no mínimo, 30% de mulheres e 30% de homens no Comitê Científico, no Comitê Organizador e entre os pesquisadores que ministram os minicursos”, revela a carioca, referência nas áreas de Dinâmica dos Fluidos e Equações Diferenciais Parciais.

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