Por Vanessa Van Rooijen, Jornalista – SP
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Medida iniciou em países da Europa e hoje abrangem alguns municípios brasileiros.

Mesmo com a vacinação em larga escala nos municípios, pessoas ainda se recusam a se vacinar com imunizantes contra a covid-19. As vacinas, que já possuem comprovação científica de eficácia, ainda estão sendo recusadas por muitas pessoas. Por isso, países implementaram o “Passaporte da vacinação”, medida já adotada em alguns municípios brasileiros.

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Medidas de barreiras devem permanecer mesmo com o “passaporte da vacinação” e o avanço da população vacinada. Foto: Arquivo Pessoal

O “Passaporte da vacinação” é um recurso que vem sendo utilizado em vários países e estados do brasil para permitir que as pessoas adentrem em determinados espaços apenas se comprovarem que estão com a vacinação contra a covid-19 em dia. Funciona da seguinte maneira: a pessoa quer entrar em um bar, em um evento, viajar para determinado país, mas é preciso comprovar que foi vacinado por meio de um documento que mostre as datas em que foram aplicadas as duas doses, para vacinas de duas doses; os lotes e o local de aplicação.

De acordo com Raquel Stucchi, médica infectologista, professora da Universidade Federal de Campinas (Unicamp) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, o objetivo deste passaporte é validar a entrada das pessoas em determinados espaços com duas doses para garantir a segurança.

“A exigência desse certificado é importante porque temos uma doença da qual a vacina está sendo ofertada. Uma vacina que teve uma repercussão muito grande, com muitas vidas perdidas e grande reflexo na economia. A pessoa que não quer se vacinar não pode colocar em risco a saúde de outras pessoas. Se ela não quer ser vacinada, vai ficar mais limitada de frequentar ambientes que tem maior risco de transmissão, como os ambientes fechados”, afirma.

Raquel lembra: “completar a vacinação contribui para o controle da pandemia. Ela possui um caráter individual, mas também tem um caráter coletivo”.  

Repercussão do passaporte

A Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape) defendeu, neste mês de setembro, a adoção do “passaporte da vacinação” em eventos com circulação de público. Estes são os locais mais frágeis para a proliferação do vírus, então o cuidado precisa ser redobrado. Mas a Abrape tem um ressalvo: apoia a medida desde que seja uma “solução provisória”. Para a entidade, a adoção permanente da obrigatoriedade da comprovação da imunização contra a covid-19 “inviabilizaria o segmento”.

Em comunicado para a imprensa, o órgão afirma que este deve ser considerado um “passo a mais para a retomada dos eventos realizados de forma tradicional. Essa deve ser a meta dos poderes públicos em todo o país. É uma medida paliativa, enquanto não há o controle total da pandemia”, afirma.

Segundo a especialista Raquel Stucchi, a adoção do passaporte no mundo todo e em alguns municípios do Brasil provocou um aumento da procura pela vacinação. “Isso aumenta a adesão da população e é importante porque sabemos que, para controlar a pandemia, precisamos de mais de 80% da população completamente vacinada. Então, as pessoas que não foram se vacinar por algum motivo, mudam de ideia e completam sua vacinação quando são impedidas de ter uma vida social”, pontua.

O Brasil já superou mais de 82 milhões de brasileiros completamente vacinados contra covid19, seja com as duas doses de Pfizer, AstraZeneca ou CoronaVac, seja com a dose única da Janssen. De acordo com os dados do Consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde, esse número representa 39,1% da população brasileira.

Não é hora de relaxar!

Apesar da vacinação estar avançando e haver números muito vantajosos em relação à diminuição do número de casos e número de internações, a infectologista afirma que ainda não se pode relaxar. “Temos a variante delta que já está classificada como a principal variante em vários municípios e responsável pelos casos da covid. Sabemos que se transite mais e pode provocar a doença mais grave. Então, as medidas de barreiras ainda precisam ser adotadas rigorosamente, como o uso de máscara, o distanciamento social e o uso de álcool em gel. Também é importante destacar: quem ainda não se vacinou, não concluiu o ciclo vacinal ou – para quem precisa – não tomou a dose de reforço, se vacine!”, finaliza.