Eliza Dinah, Jornalista- MG
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Tirar selfies e fotos do cotidiano é um hobbie cada dia mais acessível. E esse amor pela fotografia se estende ao mercado do turismo

No início de outubro, São Paulo recebeu o ‘Museu da Selfie’, espaço que conta com 27 cenários “instagramáveis” que estão fazendo sucesso nas redes sociais. O museu fica no Shopping West Plaza, zona oeste da capital.

Um lugar 100% dedicado a aqueles que não dispensam fotos lindas e descoladas para as redes sociais. Tendência mundo afora, o espaço traz curiosidades e conta um pouco sobre a história da fotografia. É o local perfeito para ótimos cliques e registros.

Quem não perdeu a chance foi Larissa Martello, de 24 anos. Ela conta que ficou sabendo do Museu no dia de sua inauguração (9 de outubro) e que, após ver uma foto incrível de um dos cenários disponíveis, garantiu seu ingresso e visitou o espaço 4 dias depois.  Segundo Larissa, o tour foi incrível, indo além do que ela esperava: “desde a entrada até o fim do trajeto onde tem um espacinho bem carinhoso (mas eu não vou dar muito spoiler pra despertar a vontade do pessoal ir).  Todos os cenários são mágicos, atrativos e interativos demais, porém, o que mais me conquistou foi a última piscina de bolinhas, que comporta até quatro pessoas, mas o maior dos prazeres, sem dúvidas, é ir sozinho e mergulhar com a sua criança interior, que desperta na hora!”

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Foto: Arquivo pessoal/Larissa Martello

Para a paulista, a experiência vai muito além de deixar um feed bonito. “Não é todo dia que você pode mergulhar numa piscina de sentimentos (os emojis), se banhar de alegria com um patinho de borracha (na banheira com o Godofredo, batizado pelo pessoal do museu) e acordar sua criança interior numa piscina de bolinhas onde você pode sumir. Para mim, foi realmente muito mais que fotos bonitas, foram momentos memoráveis”, finaliza.

Em entrevista para a Folha de São Paulo, Álvaro Parisi, executivo da Experience Station, empresa responsável pela atração instalada, contou que a inspiração para o museu veio do que já acontece no exterior, principalmente nos Estados Unidos. “Fotografia é algo que as pessoas sempre gostaram e sempre vão gostar, ainda mais hoje, que quase todo mundo tem acesso por meio de um celular”, declarou.

O Museu da Selfie funciona de terça a domingo, das 10h às 22h. Os ingressos partem

de R$ 60,00 (inteira) e R$ 30,00 (meia entrada) e podem ser adquiridos pelo site do evento ou direto no local.

Fotografia

O registro, antes feito de forma muito mais burocrática e elitista, hoje é acessível para praticamente qualquer pessoa: de crianças a adultos. E em roteiros turísticos, viagens e museus, não seria diferente. Se tornam oportunidade e quase que obrigação fotografar tudo de interessante e bonito que se encontra pelos caminhos e, claro, compartilhar!

Geralmente, o foco é capturar a história e a tradição presentes no lugar e passar a emoção daquela região, mostrando o mundo por meio de uma outra visão. O que importa é a vontade de registrar na fotografia tudo o que os olhos do fotógrafo estão vendo, como no caso da jornalista Marcela Ibelli Munhoz, de 38 anos.

A também paulista explica que fotografia sempre foi e sempre será importante para ela, e é interessante ver como tudo mudou. Marcela lembra que, com suas próprias palavras, ela ainda “é dos tempos das máquinas antigas, cujas fotos tinham que ser todas reveladas. Era uma época que não existia escolher a imagem na hora, muito menos filtro para melhorar a qualidade dela”, conta a jornalista.

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Foto: Arquivo Pessoal/Marcela Ibelli

“Faço questão ainda de imprimir as melhores de cada viagem ou momento importante. As outras mantenho digitalmente. Independentemente de como é a foto, o importante, no fim, é registrar para depois poder resgatar as boas memórias. Mas com certo limite. Aproveito primeiro o que está acontecendo, depois fotografo. Além disso, acredito que as novas tecnologias alavancaram a divulgação do Turismo, o que é bom para o mercado. Como trabalho com isso, já faço os cliques pensando em como vou postar, mas mantenho um mantra que carrego tanto para a vida real como para a digital: ser o mais verdadeira possível e, claro, dar boas risadas”.

A frente do blog @amarpelomundo (no Instagram, Facebook e TikTok), a paulista conta que adora a proposta dos museus interativos, e com o Museu da Selfie não foi diferente. Então, claro, que ela também buscou conhecer o espaço e vivenciou uma experiência muito divertida. Segundo Marcela, o local é um verdadeiro paraíso para quem ama tirar fotos e criar conteúdo para as redes sociais. “É um passeio feito para quem gosta de registrar e postar. Senão, não faz muito sentido. Ideal para os influenciadores – que são verdadeiros profissionais da selfie, é realmente impressionante -, mas também para gente comum, que quer dividir bons momentos com amigos. As crianças amam. Além disso, o museu é petfriendly, o que considero bem legal, já que se trata de posicionamento turístico comum em outros lugares do mundo há bastante tempo. Achei interessante a informação sobre quando, provavelmente, foi feita a primeira selfie da história (1920) e quando se passou a usar o termo (2002). Simboliza bem os tempos atuais e fazer parte de tudo isso, para mim, é essencial para o meu trabalho. Estou sempre ligada nas tendências e novas plataformas digitais. Sou comunicadora e leonina. Poderia ficar de fora?” conta

Mas afinal, por que um espaço como esse, com cenários fotográficos, faz tanto sucesso? Hoje em dia, quase todos os dispositivos móveis possuem excelentes câmeras embutidas. Esses aparelhos permitiram a difusão de um novo passatempo muito popular para quem não é profissional: a fotografia.

Uma paixão aliada ao turismo

A paixão pelo registro veio através do hobbie para Patrik Oening, professor universitário de 31 anos, que conta que sempre fotografava, desde as câmeras de rolos de filme. O amor e a vontade de conhecer cada vez mais cresceu tanto que, assim que sua filha Sophia nasceu, cerca de 10 anos atrás, Patrik decidiu partir para o universo da fotografia de forma profissional.

“A fotografia hoje representa para mim a perpetuação de memórias. Eu consigo lembrar de todos os fatos, de todos os momentos, e inclusive dos próprios sentimentos que eu tive a partir de cada fotografia antiga minha que eu vejo e relembro. A fotografia é também, para mim, uma forma de gerar experiência para outra pessoa, mesmo que ela não tenha estado naquele local”, conta.

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Foto: Arquivo Pessoal/Patrik Oening

A arte do registro foi unindo do amor por viajar de Patrik. Ele conta que já conhece boa parte do Brasil e, em suas experiências, busca unir a fotografia a essa paixão: registrando fauna, flora paisagens e pessoas desses lugares. “Essa é a minha especialidade hoje, que inclusive me renderam alguns prêmios internacionais: a fotografia de paisagens. Todos os lugares que vou, tenho excelentes registros fotográficos de pontos turísticos e também de pontos não muito conhecidos. Todo lugar que vou tento explorar muito em busca das melhores imagens. Não à toa, que as minhas fotografias e filmagens já participaram de várias revistas e documentários. A fotografia foi algo que entrou na minha vida e nunca mais saiu”, comemora o fotógrafo.

A viagem fotográfica é uma maneira de tirar fotos diversificadas de cenários dos lugares percorridos — incluindo aquelas que não são tão tradicionais assim, como as feitas em momentos do cotidiano e aleatoriamente.

Patrik recebia, e ainda recebe, tanta procura de pessoas pedindo dicas de como fazer esses tipos de fotografia, que resolveu criar o canal do Youtube também página no Instagram da @escoladefotografia_, espaço onde gratuitamente ele ensina dicas precisas, como tirar belas fotos, inclusive durante suas viagens turísticas. Segundo ele, são cursos profundos e completos. Só no Youtube, são mais de 100 aulas de fotografia!

E se engana quem pensa que essa prática é para aqueles que possuem equipamentos caros e muitos anos de prática. O mundo da fotografia é acessível e disponível para todos que queiram guardar belas memórias e lindas paisagens.

“As pessoas que viajam gostam de relembrar das suas viagens, mostrar onde estiveram e também as fotografias que fizeram naquele local. Então desde fotografia com celular, até fotografia com câmeras especiais e dedicadas a isso, a gente consegue fazer fotos de viagem e extrair os melhores resultados”, finaliza Patrik.