Por Ana Luiza Timm Soares
Diretora de jornalismo: Letícia Fagundes, Jornalista
Chefe de reportagem: Juliana Monaco, Jornalista
Editora de conteúdo – Site MJ: Beatriz Azevedo, Jornalista

Trabalhos manuais ajudam a aliviar a ansiedade e se transformam em negócios nos tempos de pandemia

O atleta olímpico Tom Daley causou furor nas redes na última semana ao aparecer tricotando nos intervalos das competições em Tóquio. O medalhista dos saltos ornamentais tem um perfil no Instagram apenas para suas produções e comentou que o tricô surgiu em sua vida como hobby, mas acabou por se tornar um projeto social. O inglês perdeu o pai em 2011 para um tumor cerebral, e o lucro com a venda de seus produtos é destinado a pesquisas médicas que trazem a doença como tema.

A paixão do esportista reacendeu o debate sobre a importância dos trabalhos manuais e o resgate de técnicas usadas por nossas avós, não só como um meio de combater a ansiedade causada pelo momento atual, mas uma forma de impulsionar novos negócios carregados de afeto e propósito.

Nesse sentido, o handmade ganhou espaço no mercado, transformando-se em atividade remunerada principal ou complementar durante a pandemia. A marca pelotense Muse é um desses exemplos. Nascida a partir dos trabalhos que a idealizadora Muriel Sevastakiev desenvolveu com a chegada da filha Eva em 2020. Com produtos 100% tricotados à mão e materiais de primeira qualidade, a microempresa artesanal se propõe a fazer peças sob encomenda e personalizadas para cada cliente, trazendo ares cool à esta técnica tão antiga.

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Foto: Reprodução/Instagram/@_muse_handmade

A baiana Ateliê Mão de Mãe também é fruto das dificuldades surgidas com o agravamento da situação sanitária no Brasil. Idealizada por Vinicius Santanna e executadas por sua mãe Luciene, a marca caiu nas graças de celebridades como Fernanda Paes Leme e já participou de sua primeira SPFW através do projeto Sankofa, mencionado aqui nesta colona alguns posts atrás.

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Foto: Reprodução/Ateliê Mão de Mãe

Já a MadeByYou quer incentivar a todes a produzir suas próprias peças feitas à mão. O objetivo da marca catarinense é democratizar a prática manual, estimulando a criatividade e o consumo consciente a partir do movimento slow fashion. O produto não é a peça em si, e sim kits práticos para a produção caseira de itens em tricô, crochê e macramê, no melhor estilo do it yourself. As caixas trazem linhas, agulhas, encarte com diferentes receitas de pontos passo a passo, tudo explicadinho para o consumidor não se perder ao criar em casa!

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Foto: Reprodução/Made by You

Na contramão do fast fashion – que, infelizmente, também cresce a passos cada vez mais rápidos, com o perdão da redundância – esse movimento deve evoluir ainda mais nos próximos anos, já que há mercado para este público. Valorizando ancestralidade, propósito e qualidade na produção, o artesanal proporciona uma experiência única, já que cada peça tem suas características particulares.

O caminho para a Moda cada vez mais têm se mostrado esse, já que para reproduzir cópias não precisamos de designers. Ainda hoje comentava sobre isso com colegas de profissão, e felizmente após este texto troquei a desilusão por um cadinho de esperança. Viva o artesanal!

Até a próxima!